O ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), marcou para os dias 24 e 25 de fevereiro de 2026 o julgamento do caso que apura o assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes em 2018. O agendamento ocorreu nesta sexta (5), um dia depois do relator, Alexandre de Moraes, anunciar a conclusão do processo considerado pronto para análise da Primeira Turma.
A sessão de forma extraordinária na manhã de 24 de fevereiro e seguirá no mesmo dia à tarde na sessão ordinária, com retomada no dia 25 pela manhã. O caso chegou ao ponto final da fase de instrução depois da entrega das acusações finais ao Ministério Público, das assistências de acusação e das defesas dos envolvidos.
Respondem ao processo no STF o deputado federal Chiquinho Brazão e o irmão, o ex-conselheiro do Tribunal de Contas do Rio, Domingos Brazão, apontados pela Polícia Federal como mandantes do crime. Também são réus o delegado Rivaldo Barbosa, acusado de ser mentor intelectual do atentado, Ronald Paulo Alves Pereira e Robson Calixto Fonseca, conhecido como Peixe.
VEJA TAMBÉM:
-
Gazeta Revista: Com medo do avanço da direita no Senado, STF se cega
A denúncia já aceita pela Primeira Turma trata a execução de Marielle e Anderson como homicídio atualizado, tentativa de homicídio e organização criminosa, consolidando a versão de que o crime teve planejamento prévio. A acusação sustenta que cada um dos envolvidos teve participação decisiva no esquema.
Todos os racusados negam o envolvimento no crime. Em outubro de 2024, o ex-policial militar Ronnie Lessa, réu confesso pela execução de Marielle e Anderson, foi condenado a 78 anos e 9 meses de prisão pelo 4º Tribunal do Júri do Rio de Janeiro.
Também ex-PM, Élcio Queiroz foi condenado a 59 anos e 8 meses de prisão. Os dois firmaram acordos de delação premiada. Lessa transmitiu os nomes dos supostos mandantes e a motivação do crime.
Como será o julgamento
No plenário, Moraes iniciará apresentando o relatório com o resumo dos principais passos da investigação antes de dar a palavra à Procuradoria-Geral da República (PGR), que terá uma hora para expor a denúncia. Em seguida, cada defesa dos cinco réus terá igualmente uma hora para falar, abrindo espaço depois para os votos dos ministros.
Os votos têm origem pelo relator, seguido por Cristiano Zanin, Cármen Lúcia e, por fim, pelo presidente da Turma, Flávio Dino, podendo haver mudança na ordem se um novo ministro for nomeado até lá. Não há limite de tempo para que cada magistrado leia e fundamente seu voto.
As cláusulas exigem ao menos três votos no mesmo sentido, tanto para definir a culpa como para eventual absolvição. No caso de declarações, os ministros ainda discutem o tamanho das penas, levando em conta o papel individual de cada réu no crime.
As defesas questionar preliminares, como a competência do STF para analisar o caso, além de outros pontos processuais relevantes. Ao final, tanto a PGR quanto os advogados poderão solicitar a decisão dos ministros.

Deixe o Seu Comentário