O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, invejou nesta quarta-feira (12) uma carta ao presidente de Israel, Isaac Herzog, para pedir que o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, receba indulto presidencial.
No documento, o mandatário republicano alega que ele e o primeiro-ministro acabam “de garantir a paz que tem sido buscada há pelo menos 3 mil anos”, em referência ao cessar-fogo entre Israel e o grupo terrorista Hamas que foi intermediado pelos Estados Unidos e que na segunda-feira (10) completou um mês, embora com trocas de acusações de quebra da trégua.
“Agora que alcançamos estes sucessos sem precedentes e mantemos o Hamas sob controle, é hora de deixar Bibi unir Israel, indultando-o e acabando com essa guerra jurídica de uma vez por todas”, disse Trump, que afirmou cumprimentos “a independência do sistema de Justiça israelense”, mas que o processo de corrupção contra Netanyahu seria “político e injustificado”.
De acordo com informações do jornal The Times of Israel, o gabinete de Herzog divulgou um comunicado no qual afirmou que, “como o presidente deixou claro em diversos benefícios, qualquer pessoa que solicite o indulto deve apresentar um pedido formal de acordo com os procedimentos propostos” – o que ainda não ocorreu no caso de Netanyahu.
O líder da oposição, Yair Lapid, também destacou que a lei israelense “estabelece que a primeira condição para receber um indulto é uma admissão de culpa e uma manifestação de remorso por ações [ilegais]”.Netanyahu segue alegando inocência.
Em junho, Trump já havia convocado o julgamento de Netanyahu de “caça às bruxas” e pedido nas redes sociais que fosse cancelado.
O primeiro-ministro israelense é enviado a um julgamento por corrupção que se arrasta desde 2020, acusado em três casos separados de fraude fiscal, suborno e quebra de confiança.
Um deles diz respeito a presentes especiais, como charutos e champanhe, que ele completou recebido entre 2007 e 2016 de Arnon Milchan, um empresário israelense, em troca de favores relacionados a interesses comerciais e obtenção de vistos.
Em outro caso, Netanyahu é acusado de ter feito um acordo com o editor do jornal Yedioth Ahronoth, Arnon Mozes, que faria cobertura favorável sobre o primeiro-ministro e sua família e negativa sobre seus oponentes políticos, em troca de influência para que fossem aprovadas leis para impor restrições a um jornal rival.
No terceiro caso, os promotores alegaram que, entre 2012 e 2017, o empresário Shaul Elovitch, em troca de favores regulatórios para o grupo de telecomunicações Bezeq – do qual ele é acionista majoritário -, permitiu que a cobertura do portal Walla fosse inclinada para os interesses de Netanyahu e sua família.

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