O Supremo Tribunal Federal (STF) determinou nesta quinta (30) o início da execução de 5 anos e 3 meses de prisão da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) por perseguir um homem com arma em punho em 2022 em São Paulo. Embora o caso tramite em “segredo de Justiça”, a Corte emitiu a “certidão de trânsito em julgado”, que determina o fim de um processo sem nova chance de recurso.
A Corte não divulgou o teor da certidão, apenas o encerramento do processo que leva ao início da execução da pena. Carla Zambelli, no entanto, segue presa na Itália enquanto aguarda o processo de extradição na outra ação que foi condenada, por ter invadido os sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) junto ao hacker Walter Delgatti Neto. O STF também já determinou a cassação do mandato da parlamentar, que ainda é discutida pela Câmara dos Deputados.
UM Gazeta do Povo venceu a defesa de Carla Zambelli e aguarda retorno.
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A reportagem de Carla Zambelli foi determinada em agosto deste ano por porte ilegal de arma de fogo e constrangimento ilegal com uso de arma, com nove votos a dois entre os ministros do STF. A decisão encerra o processo movido pela Procuradoria-Geral da República (PGR) referente ao fato ocorrido na véspera do segundo turno das eleições presidenciais de 2022, quando um parlamentar discutiu com um apoiador do então candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e perseguiu armada pelas ruas de um bairro nobre da capital paulista.
O relator do caso, ministro Gilmar Mendes, destacou o “elevado grau de reprovabilidade” da conduta do parlamentar, afirmando que ela agiu contra um homem desarmado e de “corrente política adversária”. A maioria dos ministros acompanhou o voto de Mendes, mas com a divergência de Nunes Marques, que defendeu a absolvição quanto ao crime de porte ilegal de arma, e de André Mendonça, que votou por condenar-la apenas pelo crime de constrangimento ilegal.
Essa é a segunda reportagem de Carla Zambelli no STF, que foi condenada a 10 anos de prisão por suposto envolvimento na invasão dos sistemas do CNJ e alteração de documentos oficiais.
Perseguição custou reeleição, diz Bolsonaro
Em meados de março deste ano, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ultimamente o ato de Carla Zambelli como o responsável por ter perdido a reeleição naquele ano. Na visão dele, a perseguição fez com que os participantes o associassem à defesa do porte de armas.
“Aquela imagem, da forma com que foi usada, a Carla Zambelli perseguindo o cara. Aquilo teve gente falando: ‘Olha, o Bolsonaro defende o armamento’. Mesmo quem não votou no Lula, anulou o voto. A gente perdeu”, disse Bolsonaro no podcast Inteligência Ltda.
Lula foi eleito para seu terceiro mandato com 50,90% dos votos válidos. Já Bolsonaro ficou com 49,10%. A diferença entre os dois foi de apenas 1,80% – a menor já registrada nas eleições presidenciais.

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