No programa Última Análise desta segunda-feira (03), os convidados analisaram a visita do ministro Alexandre de Moraes ao Rio de Janeiro. Nesta segunda-feira (03), Moraes se reuniu com o governador Cláudio Castro (PL-RJ), que detalhou detalhes da megaoperação policial nos morros do Alemão e da Penha. Porém, ainda que o tom foi de cobrança, quem realmente deveria dar representação para o caos da segurança pública era o próprio STF, sobretudo diante do grande freio às operações policiais: a “ADPF das Favelas”.
A visita do ministro carrega uma “razão secreta”, segundo o ex-procurador Deltan Dallagnol, para além da justificativa oficial. “Este encontro teve motivação política. O STF, mais uma vez, quer monitorar o país, como alguém lidando com fantoches. Trata-se de controlar o futuro do Brasil, especialmente diante das eleições do ano que vem”, ele avalia.
Após a reunião, o governador fluminense explicou que a ação foi um “exercício legítimo do poder-dever de proteção da sociedade”, reafirmando o compromisso do estado com a legalidade, a transparência e os direitos humanos. “A atuação estatal, diante de organizações criminosas de perfil narcoterrorista, constituiu exercício legítimo do poder-dever de proteção da sociedade”, disse Castro.
“Do lado do governador, está o apoio de uma legião de governadores e da população. Todos concordando que esta postura do STF extrapola em muito o jeito certo de agir”. A aprovação de Cláudio Castro chegou ao maior patamar em três anos, após megaoperação.
“ADPF das favelas”: a grande culpa do STF
Por meio da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 635, conhecida como “ADPF das Favelas”, o STF impôs uma série de restrições ao ingresso das forças policiais nas comunidades do Rio de Janeiro, entre junho de 2020 e abril deste ano. O relator da ação foi o ministro Edson Fachin.
Rogério Greco, Secretário de Segurança de Minas Gerais, descreveu o momento atual da segurança pública como uma “catástrofe feita pelo ministro Faquin” e criticou a ADPF, especialmente por apenas permitir a entrada da polícia em casos ditos especiais. “São entre 60 a 100.000 traficantes fortemente armados. Você acha que isso, por si só, não é uma situação excepcional? O STF contribui e muito para o aumento das facções criminosas no Rio”, critica ele.
Dallagnol avaliou que a crise de segurança envolve o conflito entre duas visões de mundo: “A esquerda progressista vê o crime como um sintoma de uma doença chamada desigualdade. A outra visão é a que vê como um pecado, em que a pessoa deverá sofrer a consequência dos seus erros. Esta tem raiz bíblica”.
O programa Última Análise faz parte do conteúdo jornalístico ao vivo da Gazeta do Povo, no YouTube. O horário de exibição é das 19h às 20h30, de segunda a sexta-feira. A proposta é discutir de forma racional, aprofundada e respeitosa alguns dos temas tentados para os rumores do país.

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