Os cuidados com a saúde mental e o psicológico nunca foram tão pesquisados e motivos de curiosidade entre centenas de brasileiros. A evolução da internet abriu mais oportunidades de acesso a informações importantes para melhor entender a complexidade do cérebro humano e, claro, sobre si mesmo.
A situação, assim como os diversos problemas enfrentados pelos educadores e escolas no Brasil para garantir a inclusão e diversidade na sala de aula serão os principais temas do Brain Connection, de 21 a 26 de novembro, no Cine Theatro Vallourec Mannesmann, em Belo Horizonte. As inscrições para esta sétima edição ainda estão abertas pelo site www.brainconnection.com.br.
A organizadora desse movimento pela inclusão no Brasil, a PHD em neurociência, psicanalista, psicopedagoga e professora, Ângela Mathylde Soares, explica que muitos já começam a identificar os padrões que explicam as dificuldades para se concentrar ou ficar muito tempo parado, por exemplo.
Todas essas características estão ligadas ao Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH). A Associação Brasileira de Déficit de Atenção (ABDA) estima mais de 2 milhões de brasileiros com o problema, cuja causa majoritária é genética.
Os principais indícios do TDAH são desatenção e comportamentos conhecidos como se estivessem vivendo “no mundo da lua” e a hiperatividade-impulsividade, observada em crianças e adolescentes com dificuldade na escola e adultos esquecendo de coisas cotidianas e sempre se envolvendo em diversas atividades.
Segundo Ângela, o diagnóstico requer cuidado, pois os sintomas são similares a outras causas e não, necessariamente, significam o transtorno. A conclusão requer uma análise sobre como essas ações se repetem e comprometem o dia a dia.
Normalmente, os primeiros indícios surgem na infância e/ou adolescência, sendo que 3% a 5% das ocorrências são identificadas nesse período. Em alguns casos, apenas será evidente, quando as pessoas se tornarem mais velhas, após passarem a executar outras atividades, destacando as dificuldades.
O TDAH, assim como outros transtornos psicológicos, como o autismo, é dividido em diferentes graus, leve, moderado, grave, apontando o tipo de prejuízo causado.
Contudo, é essencial cuidado para não banalizar a doença, pois, se a internet ajuda, também prejudica através das fake news e informações incorretas, uma vez que é possível encontrar dezenas de vídeos com pessoas informando possuir diagnóstico, citando aspectos comuns, generalizando os sintomas e fazendo com que muitos acreditem passar pela mesma situação.
O procedimento para o diagnóstico do TDAH é muito mais complexo pela similaridade com outras causas. A avaliação requer um profissional, como o psicólogo, neurologista ou neuropediatra, sendo que, quanto mais cedo identificado, melhores serão as perspectivas de controle.
O TDAH é um dos temas da programação híbrida desse congresso, ou seja, através da transmissão on-line e presencialmente no Cine Teatro Vallourec Mannesmann, na praça 7, em BH.
Ângela destaca que o evento busca a inclusão com os debates para os estudos e constante desenvolvimento do conhecimento na área da psicologia e apoio escolar, através da aprendizagem.