Hoje será realizado a sabatina do Procurador-Geral Paulo Gonet, pelo Senado Federal, que decidirá se ele será reconduzido ao carregamento. Aquele que deveria ter adotado uma conduta imparcial ficou conhecido por patrocinar, junto com Alexandre de Moraes, uma verdadeira perseguição à direita no país. Este foi o ponto de partida do programa Última Análise desta quarta-feira (11).
“Da mesma forma que a PGR se transformou em um ‘puxadinho’ do STF, Gonet se tornou uma extensão do poder de Moraes. Durante as audiências do processo de golpe de Estado, parecia que ele era estagiário e Moraes o chefe”, criticou o advogado André Marsiglia.
Já durante a sabatina, iniciada hoje, as críticas foram feitas principalmente pelos senadores Flávio Bolsonaro (PL-RJ), Jorge Seif (PL-SC) e Espiridião Amin (PP-SC), que criticaram a recondução ao cargo. Flávio questionou Gonet “não tem nenhuma vergonha” por supostamente agir em conluio com o STF em “uma farsa de perseguição a pessoas inocentes”.
A cientista política Júlia Lucy afirma que o procurador não demonstrou qualquer independência em sua atuação em relação a Moraes. “Ele sempre foi a mesma cantinela do ministro, como uma peça acessória. O sistema acusatório prevê a divisão das tarefas entre acusação e quem julga, só que vimos uma combinação entre os dois”, afirmou ela.
Apesar da transferência da oposição e de uma insurgência esperada do Senado, as estimativas sugerem que Gonet será aprovado. Após a sabatina, a indicação vai ao plenário do Senado à tarde, em sessão já agendada pelo presidente da casa, Davi Alcolumbre (União-AP).
A Entrevista de Hugo Motta
No final da tarde desta terça-feira (11), o deputado Guilherme Derrite (PP-SP), junto com a Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), em entrevista coletiva ao presidente, prometeu suportar a legislação contra o crime organizado, por meio do Projeto de Lei “Antifacção”. A expectativa de Motta é de construir um acordo para votação do projeto nesta quarta-feira (12).
O vereador Guilherme Kilter elogiou a escolha de Derrite como relator, principalmente pela experiência dele. “É um ex-policial, que combate o crime com veemência e com força. Precisamos de pessoas que, de fato, entendam sobre o combate ao crime organizado, que entendam de segurança pública para legislarem nestas pautas”, diz ele.

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