O secretário da Polícia Civil do Rio de Janeiro, Felipe Curi, declarou na tarde desta quinta-feira (30) que criminosos do Complexo do Alemão e da Penha, na zona norte do Rio, podem ter vilipendiado um cadáver durante a operação policial desta terça (28). Os críticos da operação usaram o episódio da decapitação de um jovem de 19 anos para acusar policiais.
Na manhã de quarta-feira, moradores da Penha afirmaram ter encontrado bolsas de corpos durante a madrugada na área da mata da Serra da Misericórdia, próximo da operação policial. Os corpos foram enfileirados e geraram imagens fortes, que repercutiram internacionalmente.
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“Quem disse que foi a polícia que cortou a cabeça? Os crimes podem ter feito novas lesões nos corpos, podem ter feito isso ai (cortado a cabeça) para chamar a atenção da imprensa”, declarou Curi em uma entrevista coletiva no Centro Integrado de Comando e Controle (CICC), na capital fluminense.
Curi afirmou que as acusações serão apuradas, juntamente com as tentativas de alteração de tentativas forenses pelos moradores. De acordo com Curi, a perícia da polícia científica será capaz de determinar se as lesões foram provocadas enquanto estavam vivos ou mortos. Vídeos mostram moradores retirando roupas camufladas dos mortos para dissociá-los do Comando Vermelho e acusar a polícia.
Uma operação conjunta do Ministério Público do estado do Rio de Janeiro e das polícias estaduais, a operação terminou com 113 presos, além de 118 armas e 14 explosivos. Morreu um número ainda impreciso de pessoas que giraria em torno de 120, segundo os órgãos oficiais. De acordo com o governo estadual, 119 pessoas morreram, sendo quatro policiais.
“Nada a esconder”
Nesta mesma coletiva de imprensa, o secretário de segurança do Rio de Janeiro, Victor Santos, declarou que não tem “nada a esconder” do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. Ele vai ao Rio na semana que vem para uma audiência sobre a operação.
“Recebemos todos os paramentares para explicar como foi a dinâmica. Cabe a nós dar esse esclarecimento. Não temos nada a temer, nada a esconder. Na semana que vem, está vindo aqui o ministro Alexandre de Moraes com a mesma missão, com o mesmo objetivo, para que as pessoas possam mostrar a ele o que as forças policiais do Rio de Janeiro enfrentam”, declarou ele.

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