A cúpula do Partido dos Trabalhadores (PT) tem defendido a criação de um Ministério da Segurança Pública. Tanto o presidente da sigla, Edinho Silva, quanto o vice-presidente, Jilmar Tatto, defendem a divisão do Ministério da Justiça e Segurança Pública em dois.
A proposta também recebe apoio de um nome famoso da legenda: o ex-deputado José Genoíno. Para Genoíno, a concentração de dois temas em uma só pasta acumula tarefas nas mãos de um só ministro. A sugestão também recebe apoios de fóruns do partido: o ex-presidente Michel Temer (MDB) disse que desmembrar a pasta neste momento seria “um gesto muito adequado do governo federal”. Temer aderiu à divisão em seu governo, mas após a entrega da faixa ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), a área voltou a dividir pasta com o Ministério da Justiça.
Em entrevista à CNN BrasilTatto declarou taxativamente seu posicionamento: “A criação do Ministério da Segurança Pública está no radar do PT. Eu apoio a proposta.” Outro apoiador da proposta é o coordenador nacional de segurança pública do PT, Abdael Ambruster. Ele chama o modelo atual de “fracasso”.
Os apoiadores da proposta viram na Operação Contenção uma oportunidade para reaquecer a discussão. O combate ao Comando Vermelho, ocorrido na última terça-feira (28), recebeu apoio da população, segundo as pesquisas. A operação é alvo de críticas por parte da esquerda, por conta das 117 mortes de civis. A Polícia Civil do Rio de Janeiro, no entanto, diz que 95% dos mortos identificados possuem ligação comprovada com o Comando Vermelho.
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As eleições de 2026 devem aumentar a divulgação sobre o novo ministério
De acordo com a Folha de São Pauloa pressão pela criação do Ministério da Segurança Pública deve aumentar até as eleições. A proposta, no entanto, não obteve apoio tanto do ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Flávio Dino quanto do atual ministro, Ricardo Lewandowski.
Com o desmembramento, o ministro da Justiça perderia a Polícia Federal e a Polícia Rodoviária Federal, que ficariam a cargo do ministro da Segurança Pública. Além disso, passaria para a nova pasta a gestão penitenciária, por meio do Departamento Penitenciário Nacional. Ela também ganharia protagonismo em uma eventual aprovação da PEC da Segurança Pública, que pretende centralizar a gestão da área na União.

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