Lula reavalia Messias após pressão do Senado.

A aprovação de Paulo Gonet para a chefia da Procuradoria-Geral da República (PGR) acendeu um alerta no governo e forçou o presidente Lula a reavaliar sua escolha para o Supremo Tribunal Federal (STF). Em Brasília, Lula retomou as negociações, já que seu favorito, Jorge Messias, enfrentou forte resistência no Senado.

Qual foi o estímulo para a reavaliação de Lula?

A recondução de Paulo Gonet ao comando da Procuradoria-Geral da República (PGR) — o órgão que chefia os procuradores federais — foi aprovada por um cartaz de apenas 45 a 26, quatro votos a mais que o mínimo necessário. Em 2023, ele havia sido aprovado com 65 votos. Essa ficou demonstrada que o governo não tem mais uma base de apoio garantida para aprovar suas cláusulas em sabatinas no Senado, gerando um alerta sobre o nome para o STF.

Quem é o favorito de Lula e por que ele enfrentou resistência?

O nome preferido do presidente é o atual advogado-geral da União, Jorge Messias. A resistência, no entanto, vem crescendo entre os senadores, incluindo parlamentares da própria base governamental. Um dos principais articuladores contra o nome é o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, que alertou Lula sobre a real dificuldade de aprovar o Messias na Casa.

Existem outros nomes cotados para a vaga no Supremo?

Sim. Diante da resistência a Messias, o nome de Rodrigo Pacheco (PSD-MG), ex-presidente do Senado, ganha força para ter um bom trânsito entre os parlamentares. Correndo por fora, o ministro Bruno Dantas, do Tribunal de Contas da União (TCU), também é uma possibilidade e tem apoio de ministros do STF e de parte da base aliada. Lula deve se reunir com ambos para ampliar suas consultas antes de tomar uma decisão.

O que esse episódio revela sobre a atual relação entre governo e Senado?

Analistas políticos apontam que o Senado está mais disposto a exercer seu protagonismo e a importar filtros rigorosos às restrições do Executivo para cargas no sistema de Justiça. As sabatinas deixaram de ser cerimônias de aprovação automática e se tornaram um palco de debate e confronto. Esse movimento expõe fissuras na base do governo e mostra que uma sustentação política para aprovar um nome para o STF terá um custo político mais alto.

Quais são os próximos passos para a indicação?

O presidente Lula fará novas rodadas de conversas com líderes partidários, senadores e os próprios cotados para a vaga. O objetivo é construir um apoio político sólido antes de anunciar oficialmente o nome escolhido. A estratégia do Palácio do Planalto é apenas formalizar a indicação quando houver garantia de que o nome será aprovado na sabatina da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e no plenário do Senado.

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