O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quarta-feira (8) que é “bobagem” rejeitar a Medida Provisória 1.303/25, que aumenta impostos, para antecipar a disputa eleitoral de 2026. Diante da possibilidade de derrota do governo, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, cobrou o cumprimento do acordo firmado com líderes partidários.
“Se alguém quer personalizar isso com eleição, eu só posso dizer que é uma pobreza de espírito extraordinária… Espero que o Congresso dê uma demonstração de maturidade”, disse o presidente. Integrantes do governo apontaram que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, estaria articulando a derrubada da MP. Ele nega.
“É uma bobagem colocar isso como uma questão eleitoral. Poderia ter sido votado três meses antes e não foi. O IR poderia ter sido votado um ano antes e não foi. Se alguém definir prazo de votação, não é o presidente da República, é o Congresso Nacional”, acrescentou Lula.
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O mandatário destacou que se os parlamentares não quiserem analisar a proposta, serão “votando contra o interesse” do povo brasileiro. “O desejo é que ela [a MP] seja aprovado. Se não for aprovado, vamos ver como vamos fazer. Sinceramente acho que o Congresso Nacional tem ajudado muito, não posso me queixar. Muitas das coisas que fizemos, eles votaram”, ressaltou.
Mais cedo, o chefe do Executivo convocou ministros e líderes do governo para discutir uma estratégia para salvar a proposta, que perderá a validade às 23h59.
Haddad cita “farra” do governo Bolsonaro em 2022 e aponta uso político do MP
Haddad afirmou que a oposição quer “restringir o orçamento para melhorar o governo” na tentativa de antecipar as eleições de 2026. “Não vai acontecer, vai prejudicar o Brasil”, disse. Ele citou que em 2022 o governo Bolsonaro (PL) buscou aprovar benefícios para obter “vantagens eleitorais”.
Segundo o ministro, nenhum dos partidos fez sugestões sobre o mérito do MP, pois a resistência é uma “questão de natureza política”.
“Os rumores que me chegam são de que é o mesmo movimento de 2022, com o sinal trocado. Em 2022, o governo usou o Congresso para liberar geral o orçamento, dar calote em um, não pagar o outro, e assim por diante, para na farra de gastos ter vantagens eleitorais. Isso não se confirmado, porque a população percebe essas coisas”, afirmou.
Haddad destacou que “a única coisa que o governo está reclamando é que um acordo seja cumprido”, lembrando que o tema foi discutido em diversas reuniões e encontros concessões mútuas.
“Estamos fazendo todo o compromisso para que os parlamentares apresentem as condições de fechar um orçamento adequado, que respeite os programas que foram aprovados pelo Congresso Nacional para que tudo tenha continuidade”, disse o ministro.
Após a reunião, o líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (PT-AP), afirmou que entre R$ 7 bilhões e R$ 10 bilhões em emendas parlamentares serão contingenciados, se o Congresso deixar um MP caducar.
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