Escritora quilombola resgatar ancestralidade e autoestima com livros infantis: ‘Reconhecer nosso potencial’
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Escritora quilombola resgata ancestralidade e autoestima com livros infantis Alisson Bomfim As experiências da infância marcam a vida de uma primeira pessoa. O racismo, especialmente nessa fase da vida, pode definir a autoestima das crianças negras. Na atuação como professora de educação infantil, a também escritora Bárbara Ramos notou essas feridas nas crianças com as quais trabalhavam no Quilombo Pesqueiro Graciosa, localizado em Taperoá, cidade do baixo da Bahia, e decidiu usar uma literatura para trabalhar essas questões. “Eu percebi que nossas crianças, mesmo fora da comunidade – porque elas estão em outros lugares de escola formal – elas não se reconheciam como menina (o) negra, como menina (o) preta ou não perderam belo, não se via bonito”, conta a escritora quilombola, em entrevista ao g1. Autora dos livros infantis “A Princesa Arany” e “O Príncipe Akili e os Mistérios da Terra”, a baiana abordou temas ligados à tecnologia e saberes ancestrais, autoestima e negritude. Através das histórias lúdicas, a autora apresenta ao público infantil uma faceta de força e beleza, tradições ofuscadas pelo racismo estrutural. 📲 Clique aqui e entre no grupo do WhatsApp do g1 Bahia “É preciso que a gente dê grandes passos, mas a gente só vai conseguir dar grandes passos a partir da gente se considerar, reconhecer o nosso potencial, a nossa beleza. [Se] a gente sair desse lugar que nos disseram — e com muita perversidade — que somos as pessoas atrasadas, que moramos em lugar de atraso e que a gente, se desobedecesse, e sofria castigo”, pontua. Também natural do Quilombo Pesqueiro Graciosa, Bárbara olhou para a própria vida e para o dia a dia daquela comunidade para resgatar essas noções de autoestima e valor. Pensando em contrastar o estigma destinado às pessoas negras, ela trouxe duas perspectivas de realeza e potência: a aparente simplicidade de uma princesa e a força de ver realeza não próprio dia a dia. “A capa é uma menina simples da comunidade, bem livre, de sandália, de roupinha mais simples. Para dizer assim: você é princesa e não precisa de fantasias, vestidão, coroa”, diz Bárbara sobre “A Princesa Arany”. “A capa [do livro ‘O Príncipe Akili e os Mistérios da Terra’] com um menino negro, com seu corpo único e traços históricos do seu povo e ele traz, como ponto principal, a beleza que ele tem por ele mesmo, o amor que ele tem por ele mesmo”, afirma. Escritora quilombola resgatada ancestralidade e autoestima com livros infantis Geovana Ramos Além da dor Vinda de uma família de tradição pesqueira e com dez irmãos, Bárbara Ramos ressalta que as dificuldades econômicas e o preconceito fazem parte da história da infância dela, assim como de muitas crianças negras. Ainda assim, um escritora decidiu não falar de dor em suas obras, como uma forma de ressignificar a autoimagem dessas crianças. A estratégia não é uma forma de ignorar ou apagar o passado enfrentado especificamente pela negritude, mas uma alternativa para evitar que esta seja uma narrativa prevalece no imaginário infantil. “Tomo uma decisão na minha escrita de não falar desse lugar perverso, de dor, esse de muita mágoa, que deixa nossas crianças cabisbaixas na sala de aula, que elas não fornecem dar um passo, fazer uma contribuição”, pontual. Com essa abordagem, a escritora pretende promover o autorreconhecimento e transmitir o valor dos saberes tradicionais comumente passados de uma pessoa para outra. Além disso, reforçar que carregar a ancestralidade não significa apenas reviver o sofrimento. “[Quero] dizer a elas: ‘Olha, aqui é o seu é o nosso povo. Olha quanto poder, quanta coisa bonita eles conseguiram fazer’, a partir do nosso contexto. Dos nossos apetrechos de pesca, mostramos que não é nenhuma pessoa que faz um tamburá, uma rede. É preciso ter muita ciência, nossa ciência”, ressalta. Escritora quilombola resgatar ancestralidade e autoestima com livros infantis Nildo Sacramento LEIA MAIS: Espetáculos teatrais, exposições e atividades gratuitas: confira opções de lazer no Dia das Crianças em Salvador e RMS Hospital Ortopédico da Bahia amplia equipe de terapia assistida com nova cadela terapeuta Carol Peixinho brinca sobre rotina com recém-nascido e diz que perdeu 13 kg em 20 dias: ‘ninguém dorme’ Bienal do livro Bahia terá um dia a mais em 2026 Veja mais notícias do estado no g1 Bahia. Assista aos vídeos do g1 e TV Bahia 💻
Escritora quilombola resgata ancestralidade e autoestima com livros infantis Alisson Bomfim As experiências da infância marcam a vida de uma primeira pessoa. O racismo, especialmente nessa fase da vida, pode definir a autoestima das crianças negras. Na atuação como professora de educação infantil, a também escritora Bárbara Ramos notou essas feridas nas crianças com as quais trabalhavam no Quilombo Pesqueiro Graciosa, localizado em Taperoá, cidade do baixo da Bahia, e decidiu usar uma literatura para trabalhar essas questões. “Eu percebi que nossas crianças, mesmo fora da comunidade – porque elas estão em outros lugares de escola formal – elas não se reconheciam como menina (o) negra, como menina (o) preta ou não perderam belo, não se via bonito”, conta a escritora quilombola, em entrevista ao g1. Autora dos livros infantis “A Princesa Arany” e “O Príncipe Akili e os Mistérios da Terra”, a baiana abordou temas ligados à tecnologia e saberes ancestrais, autoestima e negritude. Através das histórias lúdicas, a autora apresenta ao público infantil uma faceta de força e beleza, tradições ofuscadas pelo racismo estrutural. 📲 Clique aqui e entre no grupo do WhatsApp do g1 Bahia “É preciso que a gente dê grandes passos, mas a gente só vai conseguir dar grandes passos a partir da gente se considerar, reconhecer o nosso potencial, a nossa beleza. [Se] a gente sair desse lugar que nos disseram — e com muita perversidade — que somos as pessoas atrasadas, que moramos em lugar de atraso e que a gente, se desobedecesse, e sofria castigo”, pontua. Também natural do Quilombo Pesqueiro Graciosa, Bárbara olhou para a própria vida e para o dia a dia daquela comunidade para resgatar essas noções de autoestima e valor. Pensando em contrastar o estigma destinado às pessoas negras, ela trouxe duas perspectivas de realeza e potência: a aparente simplicidade de uma princesa e a força de ver realeza não próprio dia a dia. “A capa é uma menina simples da comunidade, bem livre, de sandália, de roupinha mais simples. Para dizer assim: você é princesa e não precisa de fantasias, vestidão, coroa”, diz Bárbara sobre “A Princesa Arany”. “A capa [do livro ‘O Príncipe Akili e os Mistérios da Terra’] com um menino negro, com seu corpo único e traços históricos do seu povo e ele traz, como ponto principal, a beleza que ele tem por ele mesmo, o amor que ele tem por ele mesmo”, afirma. Escritora quilombola resgatada ancestralidade e autoestima com livros infantis Geovana Ramos Além da dor Vinda de uma família de tradição pesqueira e com dez irmãos, Bárbara Ramos ressalta que as dificuldades econômicas e o preconceito fazem parte da história da infância dela, assim como de muitas crianças negras. Ainda assim, um escritora decidiu não falar de dor em suas obras, como uma forma de ressignificar a autoimagem dessas crianças. A estratégia não é uma forma de ignorar ou apagar o passado enfrentado especificamente pela negritude, mas uma alternativa para evitar que esta seja uma narrativa prevalece no imaginário infantil. “Tomo uma decisão na minha escrita de não falar desse lugar perverso, de dor, esse de muita mágoa, que deixa nossas crianças cabisbaixas na sala de aula, que elas não fornecem dar um passo, fazer uma contribuição”, pontual. Com essa abordagem, a escritora pretende promover o autorreconhecimento e transmitir o valor dos saberes tradicionais comumente passados de uma pessoa para outra. Além disso, reforçar que carregar a ancestralidade não significa apenas reviver o sofrimento. “[Quero] dizer a elas: ‘Olha, aqui é o seu é o nosso povo. Olha quanto poder, quanta coisa bonita eles conseguiram fazer’, a partir do nosso contexto. Dos nossos apetrechos de pesca, mostramos que não é nenhuma pessoa que faz um tamburá, uma rede. É preciso ter muita ciência, nossa ciência”, ressalta. Escritora quilombola resgatar ancestralidade e autoestima com livros infantis Nildo Sacramento LEIA MAIS: Espetáculos teatrais, exposições e atividades gratuitas: confira opções de lazer no Dia das Crianças em Salvador e RMS Hospital Ortopédico da Bahia amplia equipe de terapia assistida com nova cadela terapeuta Carol Peixinho brinca sobre rotina com recém-nascido e diz que perdeu 13 kg em 20 dias: ‘ninguém dorme’ Bienal do livro Bahia terá um dia a mais em 2026 Veja mais notícias do estado no g1 Bahia. Assista aos vídeos do g1 e TV Bahia 💻[/gpt3]
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