No programa Última Análise desta segunda-feira (17), os convidados analisaram a fala do chanceler alemão Friedrich Merz que, em entrevista, sugeriu que nenhum compatriota seu, da comitiva presente na Cúpula de Líderes da COP 30, realizada em Belém, gostaria de ficar no país. O comentário sobre a capacidade brasileira de realização de grandes eventos, sobretudo diante das falhas da organização, teve uma resposta pronta do governador do estado do Pará.
O vereador Guilherme Kilter não sofreu maiores gravidades na declaração, que para ele não passou de um “diagnóstico comedido”. Ainda assim, ele diz que a fala demonstra que o Brasil “não é prestigiado pelo resto do mundo”.
Além do público em menor número do que o esperado e até de manifestações da própria esquerda, a COP 30 foi marcada pela falta de segurança, com ocorrência de furtos de celulares e computadores. Além disso, houve a necessidade do presidente Lula declarar a Garantia da Lei e da Ordem (GLO), devido ao domínio do crime organizado na cidade.
“O chanceler não estava reclamando do Brasil, ou dos brasileiros, nem de Belém. Ele estava falando, sim, do problema que foi a COP. O evento foi mal organizado e chegou a faltar água já no primeiro dia”, ressaltou o ex-procurador Deltan Dallagnol. Para ele, houve um “7×1” dos alemães, que escancarou a incompetência da gestão pública brasileira.
Moraes imune a Lei Magnitsky?
O sancionado ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, foi palestrante do 26º Congresso Nacional do Ministério Público, evento que contou com vários patrocínios de empresas. A despeito das ameaças da legislação americana, o episódio demonstra que muitos grupos se arriscaram a dar apoio material e financeiro a um dos alvos dos EUA.
Para o jurista André Marsiglia, na verdade, o impacto de Lei Magnitsky na vida do ministro não é de ordem profissional, atingindo sobremaneira seu ambito íntimo. “Moraes sofre com o Magnitsky pessoalmente e tem que receber auxílios de outros. Dizem que ele é um ‘espanta rodinha’ no seu círculo social. Além disso, sua família está passando por apuros”, explicou.
“Nenhuma empresa, em sã consciência, teria coragem de retirar seu patrocínio e ficar sujeito a uma apreciação mais dura de seu caso pelo STF. Acredito que eles façam esse cálculo de risco e não tenham contado com a perspectiva de isso se tornar público”, sugere Dallagnol.
Bloqueio de perfis atinge a esquerda
O influenciador Thiago Torres, conhecido como “Chavoso da USP”, teve sua conta desativada no Instagram, causando revolta de parte do público de esquerda, que viu censura na medida da rede social.
Kilter diferenciou a censura, que efetivamente ocorre com a direita, da simples remoção de conteúdo, que ocorreu com o perfil em questão. “O que acontece com a maioria das figuras de esquerda é que a própria plataforma remove o perfil, sem nenhuma decisão judicial. Isso porque os seus conteúdos violam os padrões da comunidade”, ele explica.
O programa Última Análise faz parte do conteúdo jornalístico ao vivo da Gazeta do Povo, no YouTube. O horário de exibição é das 19h às 20h30, de segunda a sexta-feira. A proposta é discutir de forma racional, aprofundada e respeitosa alguns dos temas tentados para os rumores do país.

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