Castro homenageia policiais mortos um dia após operação vitimar 64 pessoas no Rio

O governador Cláudio Castro (PL-RJ) fez uma homenagem nesta quarta (29) aos quatro policiais mortos durante a megaoperação na véspera que vitimou 64 pessoas nos complexos do Alemão e da Penha, no Rio de Janeiro, segundo números oficiais. A ação foi realizada pelas forças policiais do estado sem notificação ou pedido formal de auxílio ao governo federal.

Em uma postagem nas redes sociais, Castro afirmou que os quatro agentes “foram mortos por narcoterroristas durante a Operação Contenção, em um dia histórico de enfrentamento ao crime organizado”, seguido de uma montagem com fotos dos policiais – dois da Polícia Civil e dois do Bope.

“Deram a vida cumprindo o dever de proteger a população fluminense”, afirmou o governador:

Na mesma postagem, Cláudio Castro afirmou que os agentes serão “promovidos postumamente” e que ele se solidarizará com as famílias, amigos e colegas de farda.

A operação desta terça (28) já é considerada a mais letal da história do Rio de Janeiro e teria sido planejada em dois meses após um ano de investigações. Ao todo, a polícia cumpriu 81 dos 100 mandados de prisão de líderes do Comando Vermelho tanto do estado como do Pará, que estariam escondidos nos morros.

A ação, no entanto, provocou um caos na capital fluminense, com uma forte ocorrência da facção em troca de tiros nos locais de confronto, ataque com granadas jogadas por drones sobre os policiais, fechamento de vias expressas importantes como a Avenida Brasil e as linhas Amarela e Vermelha, fechamento do transporte coletivo nas zonas Norte e Oeste da cidade, suspensão dos serviços de unidades de saúde, escolas e universidades, e encerramento do expediente em centenas de comércios das zonas atingidas.

Ainda durante a operação, um drone da polícia civil flagrou criminosos fugindo por trilhas clandestinas no meio da mata da Vila Cruzeiro, no Complexo da Penha, em uma situação semelhante à vista durante a ocupação do Complexo do Alemão em 2010.

Ao longo do dia, Castro afirmou que o estado do Rio de Janeiro deu “sozinho” na luta contra o Comando Vermelho, e que teria feito pedidos de ajuda ao governo federal negados.

A afirmação foi rebatida pouco depois pelo ministro Ricardo Lewandowski, de que todas as vítimas foram atendidas – ambas deveriam se reunir nesta quarta (29) para discutir a troca de acusações e os próximos passos de resposta dos governos à população.