O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, divulgou nesta quinta-feira (20) um balanço sobre um dos ataques russos com mísseis mais mortais contra a população civil da Ucrânia. O bombardeio que destruiu um bloco residencial inteiro na cidade de Ternopil. Segundo o governo ucraniano, 26 pessoas morreram, sendo três crianças e 22 vítimas estão desaparecidas. A busca por sobreviventes ocorre no momento em que enviados dos Estados Unidos visitam a capital Kiev para um novo debate sobre o plano de paz.
O ataque que deixou 26 mortos incluiu mais de 400 drones e cerca de 50 mísseis russos. Missões de cruzeiro atingiram diretamente prédios residenciais em Ternopil.
O governo dos Estados Unidos discute, em sigilo, uma nova proposta de paz. Órgãos de imprensa internacionais como Reuters e Financial Times afirmaram que a nova ação diplomática dos EUA envolveu a Ucrânia cedendo parte do seu território em Donetsk que a Rússia não consegue conquistar militarmente e concordar em reduzir o seu exército. Na prática, isso seria uma capitulação.
Segundo o portal Axios, o presidente norte-americano, Donald Trump, trabalha com um documento de 28 pontos inspirado no roteiro usado para o cessar-fogo em Gaza. O esboço prevê que Moscou receba controle formal sobre Lugansk e Donetsk, região do Donbass, embora parte do território siga sob domínio de Kiev. A área seria transformada em zona desmilitarizada, proibindo a presença de tropas russas. Em contrapartida, o Kremlin teria de devolver áreas ocupadas em Kherson e Zaporizhzhia.
A negociação é conduzida por Steve Witkoff, enviado especialmente de Trump para Rússia e Oriente Médio, e pelo emissário russo Kiril Dmitriev. Catar e Turquia atuam como fiadores e coautores do texto. Mas Zelensky, já reiterou em diversas vantagens que só deve negociar se Kiev estiver presente e se houver chance real de resultado.
Com o sistema energético do país severamente fragilizado, Zelensky corre contra o tempo para garantir o apoio internacional antes da chegada do inverno. O presidente respondeu à França, Grécia e Espanha em busca de reforços para manter o abastecimento básico da população e evitar um colapso humanitário.
Longe do acordo de paz, a Ucrânia atinge regiões russas e deixa 16 mil sem luz
A Ucrânia também intensificou seus ataques à infraestrutura energética russa, estratégia que busca reduzir a capacidade logística e a exportação de petróleo — motor financeiro do Kremlin. Na região de Kursk, mais de 16 mil pessoas ficaram sem eletricidade após a explosão de drones ucranianos contra subestações, segundo o governador Alexandr Khinstein.
Há ainda relatos de danos em uma refinaria de petróleo em Riazan, perto de Moscou, após uma queda de destroços. Em Donetsk, controlada por Moscou desde 2022, autoridades pró-Rússia presumiram que 65% da população segue sem luz depois de um ataque no início da semana. Moscou afirma ter derrubado, apenas na madrugada desta quinta-feira, 65 drones ucranianos em diversas regiões — mesmo número divulgado no dia anterior.

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