O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, participou nesta segunda-feira (13) de uma sessão histórica no Parlamento de Israel, marcada pelo retorno dos últimos sobreviventes do cativeiro do Hamas, após dois anos de guerra.
Os últimos 20 reféns com vida que o Hamas mantinha em Gaza já estão em território israelense desde a manhã desta segunda, segundo confirmaram as Forças da Defesa de Israel (FDI). Os terroristas ainda não chegaram a entregar os corpos dos 28 que permaneceram no enclave palestino.
Em declarações iniciais, Trump agradeceu “ao Deus Todo-Poderoso de Abraão, Isaque e Jacó” pela libertação dos árbitros. “Após dois anos angustiantes na escuridão e no cativeiro, 20 reféns corajosos estão retornando ao abraço de suas famílias, e isso é glorioso”, disse, classificando o momento como “de profunda alegria, de grande esperança, de fé renovada” para todo o mundo, visto que marca “o fim de uma guerra”.
O presidente americano exaltou a força militar de Israel, dizendo que o país ganhou tudo pela força das armas, com a ajuda dos Estados Unidos, e que agora é o momento da paz.
“Israel, com a nossa ajuda, ganhou tudo o que pode ser logrado pela força das armas. Agora é o momento de converter essas vitórias contra os terroristas no campo de batalha no prêmio final da paz e das derrotas para todo o Oriente Médio”, indicou o Parlamento israelense.
Trump acrescentou que, assim como os Estados Unidos vivem uma nova “era de ouro”, esta defesa em seu primeiro discurso com a posse na Casa Branca, em janeiro, é a hora de todo o Oriente Médio, incluindo Israel, ter o seu próprio momento de hemorragias. O presidente voltou a afirmar que o Hamas será desarmado e que a segurança de Israel não será mais ameaçada.
Trump agradeceu à sua equipe, com destaque para o enviado especial do Oriente Médio, Steve Witkoff, pelos esforços em alcançar um acordo de paz entre Israel e Hamas. Ainda assim, o presidente alfinetou o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, dizendo que ele “não é fácil de lidar, mas é isso que o torna ótimo”. O republicano também expressou gratidão aos países árabes envolvidos no acordo de cessar-fogo, declarando que “acredita firmemente em um novo amanhecer histórico de um novo Oriente Médio”.
O presidente dos Estados Unidos declarou em seu discurso que o fim da guerra entre Israel e o Hamas representa uma “oportunidade” para a assinatura de um acordo de paz com o Irã, apesar de ter defendido a guerra na Ucrânia como sua prioridade no momento.
“Acho que temos uma oportunidade. (…) Acho que será fácil, mas primeiro temos que resolver a questão da Rússia. Temos que resolver isso primeiro”, disse ele ao Knesset (Parlamento israelense).
Logo após iniciar seu discurso, Trump foi interrompido com protestos de parlamentares de esquerda no plenário.
As forças de segurança do Knesset retiraram da Câmara os representantes Ayman Odeh e Ofer Cassif, ambos membros da coalizão árabe-judaica Hadash Taal, após eles invadirem o centro do recinto em meio a gritos durante um discurso do presidente americano. Ambos carregavam faixas com os dizeres “Reconheçam a Palestina!”.
Trump fez uma leve brincadeira com o ocorrido, após ser interrompido brevemente. “Foi muito eficiente”, comentou, provocando risos entre os demais parlamentares.
Netanyahu defende novos tratados de paz no Oriente Médio com apoio de Trump
Antes do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, iniciar seu discurso, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, declarou que seu país fará o possível para tornar a paz no Oriente Médio uma realidade.
“Sr. Presidente [Donald Trump]o senhor está comprometido com esta paz, eu estou comprometido com esta paz e, juntos, alcançaremos esta paz”, afirmou Netanyahu no Parlamento israelense, ao lado do republicano.
O governante israelense, que foi pressionado pela Casa Branca a aceitar o acordo de cessar-fogo, disse que espera que os próximos anos sejam marcados pela “paz dentro e fora de Israel”.
“Espero continuarmos a nossa jornada juntos, no caminho que pavimentamos com os Acordos de Abraão. Sob a sua liderança, seremos capazes de forjar novos tratados de paz com os países árabes da região e com as nações muçulmanas”, acrescentou Netanyahu.
O primeiro-ministro israelense, que tem Trump como principal aliado internacional atualmente, rejeitou um convite para participar de uma cúpula no Egito, nesta segunda-feira, que reunirá importantes autoridades mundiais da região e da Europa.
Trump embarcou no avião presidencial com sua filha Ivanka Trump, e seu gênero, Jared Kushner, na direção a Sharm el-Sheikh. O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, estava no aeroporto para se despedir dele.
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