Com o cessar-fogo na Faixa de Gaza e os últimos 20 reféns vivos sendo libertações pelo grupo terrorista Hamas nesta segunda-feira (13) – a entrega dos restos mortais dos 28 que morreram em cativeiro segue em cronograma irregular –, muitas questões sobre o futuro do enclave pergunta pergunta em aberto.
Duas das mais importantes são: quanto dinheiro será necessário investir para reconstruir uma infraestrutura que foi destruída em dois anos de guerra, e quem pagará por essas obras?
Em fevereiro, o Banco Mundial estimou que esse trabalho possa custar US$ 53 bilhões, em obras como construção de redes de água e esgoto, hospitais, escolas e residências.
De acordo com informações da agência Reuters, apenas na Cidade de Gaza, capital do enclave e um dos locais mais atingidos pela guerra, dados do Centro de Satélites das Nações Unidas (Unosat) apontam que 83% dos edifícios foram destruídos ou danificados desde outubro de 2023.
O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) informou que já removeu cerca de 81 milhões de toneladas de escombros da Faixa de Gaza e que o trabalho ainda irá demorar: nesta terça-feira (14), Jaco Cilliers, funcionário do programa, disse em entrevista Coletiva que a guerra de Israel contra o Hamas gerou pelo menos 55 milhões de toneladas de escombros e que a recuperação total de Gaza pode levar décadas.
Na semana passada, quando Israel e o Hamas já haviam aceitado um cessar-fogo intermediado pelos Estados Unidos, a União Europeia (UE) anunciou um plano de apoio de três anos para as finanças da Faixa de Gaza, avaliado em 5 bilhões de euros.
Nesta terça-feira, Cilliers disse que, além dos europeus, países árabes, o Canadá e os Estados Unidos também sinalizaram que vão contribuir nesse trabalho, que, segundo ele, deve custar cerca de US$ 70 bilhões, bem acima do valor estimado pelo Banco Mundial em fevereiro.
“Ouvimos notícias muito positivas de vários dos nossos parceiros, incluindo parceiros europeus e o Canadá”, afirmou o funcionário.
A bordo do Air Force One, o avião oficial da presidência americana, o mandatário Donald Trump indicou na volta de uma viagem ao Egito (onde assinou um acordo para a paz em Gaza) que os Estados Unidos participarão desse esforço, sem dar maiores detalhes – no início do ano, ele propôs a saída dos palestinos do enclave, que seria transformada numa espécie de “Riviera do Oriente Médio”, mas abandonou a ideia depois de críticas de países árabes e do Ocidente.
Questionado na segunda-feira por jornalistas sobre a solução de dois Estados para a região, Trump preferiu falar sobre a residência de Gaza. “Não estou falando de um único Estado, de um Estado duplo ou de dois Estados. Estamos falando da segurança de Gaza”, afirmou o presidente americano.
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