O primeiro-ministro da França, Sébastien Lecornu, cedeu as novidades da esquerda e anunciou nesta terça-feira (14) que a reforma da Previdência de 2023, que elevou a idade mínima de aposentadoria no país de 62 para 64 anos, será suspensa até a eleição presidencial de 2027.
Segundo informações do jornal Le Monde, os socialistas tinham ameaçado apresentar uma moção para destituir Lecornu na Assembleia Nacional, a câmara baixa do Parlamento francês, caso ele não suspendesse a medida imediatamente.
“Não haverá aumento na idade de aposentadoria de agora até janeiro de 2028”, prometeu Lecornu em discurso no Parlamento. Ele afirmou, no entanto, que o prazo deverá ser usado para discutir outro caminho para sanar as contas públicas da França.
O primeiro-ministro disse que a suspensão da reforma da Previdência custará cerca de 400 milhões de euros aos cofres do Estado em 2026 e 1,8 bilhão de euros no ano seguinte. “Suspender por suspender não faz sentido”, alertou.
Em 2023, a então primeira ministra Élisabeth Borne invocou o artigo 49.3 da Constituição francesa para que a reforma da Previdência fosse aprovada sem que fosse votada no Parlamento, o que desencadeou grandes protestos na França.
De acordo com o Le Monde, Lecornu disse que não usará o artigo 49.3 durante sua administração e que todos os projetos de lei apresentados serão debatidos e votados no Parlamento. “O governo fará sugestões, nós debateremos e vocês votarão”, disse o premiê.
Na sexta-feira passada (10), o presidente da França, Emmanuel Macron, nomeou novamente Lecornu para ser o primeiro-ministro francês, após este ter anunciado sua renúncia apenas quatro dias antes, com menos de um mês no cargo.
Na sua renúncia, Lecornu havia apontado a impossibilidade de governar diante da divisão no Parlamento francês, onde o partido de direita nacionalista Reagrupamento Nacional (RN) e a coalizão de esquerda Nova Frente Popular (NFP), da qual os socialistas fazem parte, se o posicionaram às suas propostas de orçamento, que estabelecem cortes de gastos.
Ao aceitar novamente a carga na sexta-feira, o prêmio disse que “a restauração de nossas finanças públicas continua sendo uma prioridade para o nosso futuro e nossa soberania: ninguém poderá se esquivar dessa necessidade”.
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