Após mais de 700 dias em cativeiro na Faixa de Gaza, o israelense Omri Miran, de 30 anos, voltou a abraçar suas filhas pequenasRoni e Alma. Ele foi libertado nesta segunda-feira (13) como parte do acordo de cessar-fogo entre Israel e o grupo terrorista Hamas, mediado pelos EUA.
O reencontro de Miran com sua família aconteceu em um hospital de Tel Aviv. O ato encerrou uma espera de dois anos desde o ataque terrorista de 7 de outubro de 2023, quando Miran foi sequestrado no kibutz Nahal Ozperto da fronteira com Gaza, pelos terroristas palestinos do Hamas que invadiram Israel.
Hace 2 anos Omri Miran foi sequestrado de sua casa, depois de fazer tudo para proteger sua esposa e seus 2 hijas, o mais pequeno de apenas 6 meses.
Suas hijas passaram dos anos gritando “papá”, sem resposta.
Hoy Omri Miran voltou para casa.
E você joga com suas hijas. pic.twitter.com/Vhyp9BHxqp— Israel em espanhol (@IsraelinSpanish) 13 de outubro de 2025
“Depois de mais de 700 longos, dolorosos e angustiantes dias, Omri finalmente recebeu de Roni e Alma um abraço de cura”, disse a família em comunicado divulgado pelo Fórum das Famílias dos Reféns e Desaparecidos.
Na noite de domingo (12), cerca de 12 horas antes da libertação, a esposa de Omri, Lishay Miran-Lavi, publicou nas redes sociais uma foto das filhas vestidas de rosa, com malas prontas para encontrar o pai.
“Preparadas e prontas para o papai Omri”, escreveu ela no X. Em entrevista a uma rádio local, o pai do agora ex-refém, Dani Miran, relatou o sentimento de rompimento após meses de incerteza sobre o estado do filho.
“Durante este ano, houve coisas muito mais difíceis”, disse ele.
Omri foi um dos 20 reféns vivos libertações nesta primeira fase do acordo, que também prevê a entrega dos corpos de 28 israelenses assassinados pelo Hamas e a libertação de quase 2 mil prisioneiros palestinos, incluindo 250 condenados por terrorismo. O pacto foi viabilizado após uma retirada parcial das tropas israelenses de Gaza e conto com mediação de países árabes e dos Estados Unidos.
Durante os dois anos de cativeiro do marido, Lishay tornou-se uma das vozes mais firmes do movimento pelas famílias dos reféns. Em entrevista à Rede de Radiodifusão Cristã (CBN), concedida na última quarta-feira (8), ela incidente a dor da separação e o trauma vivido pelas filhas.
“Roni tinha dois anos, agora tem quatro. Ela lembra de tudo. Lembra da faca, das armas, lembra que eles levaram o pai. Lembra do último abraço que Omri deu nela”, contornou.
Em abril, a esposa escreveu uma carta pública de aniversário para o marido, publicada pela CBNem que expressava a ausência do pai na rotina familiar.
“Hoje é seu aniversário. Deveria haver alegria em nossa casa… em vez disso, há silêncio. Um silêncio ensurdecedor. Porque você ainda está em Gaza – deixe refém pelo Hamas”, escreveu. “Você perdeu tantos momentos. As primeiras palavras de Alma, o primeiro dia de aula de Roni, cada abraço, cada história para dormir.”
O cunhado de Omri, Moshe Lavi, também denunciou, meses antes da libertação, as condições do cativeiro.
“Recebemos apenas provas parciais, limitadas e, às vezes, horríveis de que ele estava vivo. Não sabemos o quanto ele está sofrendo, privado de comida, água, luz solar, torturado, abusado, enquanto falo com vocês agora”, declarou.
Com a volta de Omri, uma família soube que o caminho de recuperação será longo.
“Estamos no início de uma jornada complexa e desafiadora, mas comovente, de reabilitação”, afirmou um comunicado oficial divulgado pela sua família. “Que o retorno de Omri marca o começo dessa cura e da unidade do nosso povo”, acrescenta o texto.
Segundo a emissora israelense Canal 12Miran falou com as filhas por vídeo logo após a liberação, ao lado da esposa e do pai, na base militar de Reim. Ele disse que logo descobriria “como Alma aprendeu a dizer ‘Abba’” – palavra hebraica para “papai” -, que ela não sabia pronunciar quando ele foi levado.
Dois anos depois de ter sido sequestrado à vista das filhas, Omri Miran finalmente voltou para casa. Para Roni e Alma, o pesadelo deu lugar ao reencontro – o abraço que o Hamas tentou roubar.
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