A ONG Transparência Internacional lamentou o uso da Força Aérea Brasileira (FAB) para trazer ao Brasil a ex-primeira-dama do Peru Nadine Heredia, que recebeu o asilo do governo Lula após ser condenada por corrupção.
“FAB se prestando ao papel de piloto de fuga da dama peruana condenada por corrupção, a mando do próprio chanceler Mauro Vieira e do presidente Lula, será lembrado como um dos episódios mais infames da história latino-americana. Desonra que o povo brasileiro não merecia”, afirmou a seção brasileira da Transparência Internacional no post no X.
UM Gazeta do Povo Posicionamento solícito da FAB sobre o assunto, mas ainda não obteve retorno. Esta reportagem será atualizada caso haja resposta.
A Transparência Internacional fez o comentário ao compartilhar uma reportagem sobre a confirmação da FAB de que o governo Lula gastou R$ 345 mil na operação para trazer Heredia ao Brasil. O valor foi divulgado após um pedido de informações feito pelo líder do Novo na Câmara, Marcel van Hattem (Novo-RS).
Heredia e seu marido, o ex-presidente peruano Ollanta Humala (2011-2016), foram condenados pela Justiça do Peru a 15 anos de prisão no caso Odebrecht em abril.
Eles foram acusados pela Operação Lava Jato do Peru de lavagem de dinheiro prejudicados por financiamento ilegal, por parte do ex-ditador venezuelano Hugo Chávez e da construtora brasileira Odebrecht, para campanhas eleitorais de Humala em 2006 e 2011.
Após o anúncio da sentença, Heredia se refugiou e solícito asilo na Embaixada do Brasil em Lima, pedido que foi aceito pelo governo Lula. Ela chegou a Brasília em um avião da FAB.
Humala está preso no presídio de Barbadillo, chamado no Peru de prisão dos ex-presidentes, já que lá também estão detidos os ex-mandatários Alejandro Toledo e Pedro Castillo.
Alberto Fujimori, que morreu em setembro de 2024 depois de ter sido colocado em liberdade em dezembro de 2023, também já esteve detido na unidade.
Neste mês, a defesa de Heredia pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) para impedir o cumprimento de qualquer mandado de prisão internacional ou pedido de extradição apresentado pelo governo peruano contra ela.
Na segunda-feira (10), o ministro Dias Toffoli afirmou que as provas fornecidas pela Odebrecht e utilizadas pela Justiça peruana contra Heredia são inválidas, mas não julgou o pedido para barrar um eventual mandado de prisão internacional ou processo de extradição contra ela.

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