Integrantes do governo Donald Trump informaram aos membros do Congresso dos Estados Unidos que a gestão do republicano não possui “justificativa legal” por ora para realizar ataques dentro da Venezuela e para visar outros alvos terrestres do narcotráfico neste momento.
A CNN divulgou nesta quinta-feira (6) informações sobre uma reunião realizada ontem pelos secretários de Estado, Marco Rubio, e de Guerra, Pete Hegseth, e por um funcionário do Gabinete de Assessoria Jurídica da Casa Branca com parlamentares dos Estados Unidos.
Segundo fontes consultadas pela emissora americana, os membros da gestão Trump disseram durante o encontro a portas fechadas que um parecer emitido pelo Departamento de Justiça, para explicar os recentes ataques contra embarcações suspeitas de ligação com o tráfico de drogas, não permite ações dentro da Venezuela ou em qualquer outro território.
As informações parecem entrar em contradição com comentários feitos por Trump em outubro, quando o presidente americano disse que as forças americanas realizaram em breves ações por terra contra cartéis latino-americanos.
Desde o início de setembro, militares dos Estados Unidos realizaram 16 ataques contra embarques em águas internacionais no Mar do Caribe, perto da Venezuela, e no Oceano Pacífico, próximo da Colômbia, que mataram pelo menos 67 pessoas, sob a justificativa de impedir que drogas chegassem aos Estados Unidos.
Ainda segundo fontes da CNN, a “ordem de execução” que deu início aos ataques a embarcações também não prevê a extensão da operação para alvos terrestres, mas as autoridades do governo Trump não descartaram ações futuras nesse sentido.
Na saída da reunião, os parlamentares da oposição democrata pediram mais informações sobre a ação atual contra o narcotráfico. “O que ouvimos não é suficiente. Precisamos de muito mais respostas. E agora estou solicitando uma reunião com todos os senadores para discutir este assunto”, disse o líder democrata no Senado, Chuck Schumer, de acordo com informações da agência Associated Press.
Por sua vez, o senador republicano Jim Risch, presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, disse que todos os parlamentares que participaram da reunião foram “totalmente informados”.
“Estou satisfeito com o que eles estão fazendo. Eles têm uma boa justificativa legal para o que estão fazendo [os ataques em águas internacionais]. O presidente realmente merece ser parabenizado por salvar a vida dos jovens americanos”, declarou Risch.
A ONU e ONGs internacionais, como a Human Rights Watch (HRW), questionam a legalidade dos ataques a embarcações no Caribe e no Pacífico.

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