O chefe do Comando Sul dos Estados Unidos, o almirante Alvin Holsey, informou no domingo (16) que os porta-aviões USS Gerald R. Ford, o maior do Pentágono e do mundo, entraram nas águas do Caribe com o objetivo de combater as ameaças transnacionais e em meio à disputa do país com o regime de Nicolás Maduro na Venezuela.
“Por meio de um compromisso firme e do uso preciso de nossas potências, estamos prontos para combater as ameaças transnacionais que buscam desestabilizar nossa região”, afirmou Holsey em um comunicado de imprensa publicado no portal do organismo militar americano.
Esta operação marítima na área do Comando Sul dos Estados Unidos recebeu ordens do secretário de Guerra americano, Pete Hegseth, que lidera o grupo de ataque aos porta-aviões, e em apoio às diretrizes do presidente Donald Trump de desmantelar organizações criminosas transnacionais e combater narcoterroristas para defender seu território.
“O deslocamento da equipe de ataque do USS Gerald R. Ford representa um passo crítico para fortalecer nossa solução de proteção a segurança do hemisfério ocidental e do território americano”, disse ainda.
Os porta-aviões acompanharão a Unidade Expedicionária 22 a bordo do USS Iwo Jima, como parte da operação militar Lança do sul (Southern Spear, em inglês), que está relacionada à luta de Washington contra o narcotráfico originado na América Latina e que ocorre em um momento marcado pela crescente pressão do governo Trump sobre a Venezuela.
O USS Gerald R. Ford é o maior porta-aviões do mundo, com capacidade para 4,5 mil tripulantes e 70 aviões, e é considerado pela Marinha dos Estados Unidos como uma “plataforma de combate mais capaz, versátil e letal do mundo”.
O Gerald R. Ford, que mede mais de 335 metros de comprimento e funciona com energia nuclear, conta com um sistema pioneiro de catapulta de aviões para descolagem eletromagnética, radares avançados e reatores nucleares, que alimentam ininterruptamente os motores do navio.
Durante seu período de testes, o USS Gerald Ford resistiu em 2021 ao impacto de três explosões submarinas conhecidas como testes de choque em nível de navio, que atestaram sua capacidade de resistir a fortes impactos e continuaram operando em condições extremas.
Por sua vez, o ministro das Relações Exteriores de Trinidad e Tobago, Sean Sobers, confirmou na última sexta-feira que a Marinha de Guerra dos Estados Unidos chegaria no final de semana ao território caribenho para dar seguimento a seus exercícios militares com a Força de Defesa Trinitina, em meio aos confrontos entre Washington e Caracas.
As tensões entre Venezuela e Trinidad se intensificaram com a atração em Porto Espanha, há uma semana, do USS Gravely, um caçador americano equipado com mísseis guiados.
Nas últimas semanas, as forças americanas destruíram as águas do Caribe e do Pacífico Oriental mais de uma dezena de embarcações acusadas de ligação com o narcotráfico, ataques nos quais morreram a maioria de seus tripulantes.
Departamento de Estado dos EUA designa Cartel de los Soles como organização terrorista
No mesmo dia em que os porta-aviões Gerald Ford chegaram ao mar do Caribe, o Departamento de Estado americano anunciou o Cartel de los Soles, que o governo americano vinculará o ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, como organização terrorista estrangeira.
Essa designação ocorrerá a partir do próximo dia 24 e foi decidida depois que o Departamento do Tesouro americano catalogou, em julho, o cartel como um grupo terrorista global especialmente designado (SDGT, na sigla em inglês). No mês seguinte, o regime venezuelano alegou no mês seguinte que essa organização é uma “invenção” dos Estados Unidos.
“Baseado na Venezuela, o Cartel dos Sóis é liderado por Nicolás Maduro e outros indivíduos de alto escalonamento no regime ilegítimo de Maduro que corromperam as forças armadas da Venezuela, a inteligência, o Parlamento e o Poder Judiciário”, declarou o secretário de Estado, Marco Rubio, no domingo.
Desde setembro, os Estados Unidos realizaram 21 ataques a embarcações no Caribe, perto do litoral venezuelano, e no Pacífico, em águas próximas à Colômbia.
O secretário de Estado também disse no final de semana que “nem Maduro, nem suas comparsas representam o governo legítimo da Venezuela”.
Trump afirmou na sexta-feira passada ter decidido sobre uma possível ação militar na Venezuela, ao ser questionado por jornalistas sobre as reuniões que teve com membros do Departamento de Guerra, apesar de não ter revelado detalhes de sua decisão.
Dois dias depois, o presidente americano afirmou que “poderá haver discussões” com Nicolás Maduro, “porque a Venezuela quer falar” em meio à crescente mobilização militar americana no Caribe em águas próximas do país sul-americano. O líder da Casa Branca não especificou os dados das conversas, nem quem os encarregaria, mas insistiu que o país sul-americano buscasse algum diálogo para evitar a escalada das tensões.

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