A Suprema Corte de Justiça da Argentina tentou a prisão do ex-ministro do Planejamento Federal Julio De Vido, aliado histórico dos ex-presidentes Néstor e Cristina Kirchner, por administração fraudulenta em um caso relacionado a um acidente ferroviário que matou 51 pessoas em 2012.
De Vido, de 75 anos, apresentou-se voluntariamente na manhã desta quinta-feira (13) ao Tribunal Oral Federal nº 4, em Buenos Aires, acompanhado por seu filho e advogados. Após ser notificado da decisão, foi detido e levado sob custódia para o presídio federal da cidade de Ezeiza, onde deverá cumprir pena de quatro anos de prisão, conforme informado o jornal La Nación.
A instrução de De Vido, confirmada no começo desta semana, foi imposta em 2018 pelo mesmo tribunal, que o estes “particípio necessário do crime de administração fraudulenta em prejuízo da administração pública”, por não ter fiscalizado o uso de recursos destinados à empresa Trenes de Buenos Aires (TBA), prestação do serviço ferroviário envolvido no acidente que ficou conhecido como “Tragédia de Once”.
O acidente ocorreu em 22 de fevereiro de 2012, quando um trem da linha Sarmiento colidiu contra a plataforma final da estação Once, em Buenos Aires, deixando 51 mortos e mais de 700 feridos. Segundo o La Nacióno tribunal concluiu que há má gestão e falta de controle sobre os subsídios públicos à fornecedora desenvolvida diretamente para o desastre.
De acordo com a agência EFEa defesa do ex-ministro havia solicitado prisão domiciliar, alegando idade avançada e problemas de saúde, mas o pedido foi negado. O tribunal também rejeitou um recurso de prescrição apresentado pela equipe jurídica de De Vido, que acusou a Suprema Corte de agir com “velocidade suspeita e oportunismo evidente” ao confirmar a sentença.
Julio De Vido foi um dos ministros mais influentes do kirchnerismo, ocupando o cargo de ministro do Planejamento Federal entre 2003 e 2015, durante os governos de Néstor e Cristina Kirchner. Ele já havia sido preso entre 2017 e 2019 por outro caso de corrupção e resposta a diversos processos judiciais, incluindo o escândalo dos “Cadernos da Corrupção”, no qual também figura Cristina Kirchner como principal acusada.

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