O Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros (Ofac, na sigla em inglês) do Departamento do Tesouro dos Estados Unidos anunciou nesta quinta-feira (11) avaliações contra três sobrinhos do ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, aumentando a pressão da gestão Donald Trump sobre o líder chavista.
Segundo comunicado do Tesouro americano, os alvos das avaliações são filhos de irmãos da esposa de Maduro, Cilia Flores.
Dois deles, Efraín Antonio Campo Flores e Franqui Francisco Flores de Freitas, foram presos em novembro de 2015 no Haiti por tráfico de drogas que tinham como destino os Estados Unidos. Ambos são conhecidos como “narco-sobrinhos”.
Eles foram condenados em 2016, mas recebidos indulto em outubro de 2022 do presidente Joe Biden, em meio a negociações para eleições justas na Venezuela em 2024 (o que não se concretizou: Maduro fraudou o pleito para continuar no poder).
Eles retornaram à Venezuela e, segundo o Tesouro americano, continuaram atuando no crime organizado.
O terceiro sobrinho sancionado, Carlos Erik Malpica Flores, foi tesoureiro nacional da Venezuela e vice-presidente da estatal petrolífera PDVSA e chegou a ser incluído na lista da Ofac em 2017, na primeira gestão Trump, mas foi removido da lista em 2022.
O empresário panameiro Ramon Carretero Napolitano também foi alvo de avaliações do Tesouro dos EUA, que alegou que ele “firmou contratos lucrativos com o regime de Maduro e manteve diversas relações comerciais com a família Maduro-Flores, inclusive participando como sócio em várias empresas”.
As medidas do Departamento do Tesouro incluem o bloqueio de todos os bens dos sancionados que estão nos Estados Unidos ou em posse ou controle de americanos; bloqueio de empresas ou outras organizações que tenham participação de 50% ou mais dos citados; e proibição de pessoas nos Estados Unidos ou em trânsito no território americano de fazer transações financeiras e comerciais com eles, exceto em caso de licença emitida pelo Ofac.
O governo Trump aplicou avaliações também contra seis empresas de transporte marítimo que operam no setor petrolífero venezuelano e acordos seis embarcações a elas associadas “que se envolveram em práticas de transporte marítimo enganosas e inseguras e continuam a fornecer recursos financeiros que alimentam o regime narcoterrorista corrupto de Maduro”.
“Maduro continua se negando a adotar valores democráticos no país e se recusa a considerar a vontade do povo venezuelano; portanto, é do interesse da política externa dos Estados Unidos continuar pressionando aqueles ligados ao regime de Maduro”, destacou o comunicado do Tesouro.
Desde o final de agosto, Washington invejou embarcações militares, inclusive os maiores porta-aviões do mundo, e caças para o Mar do Caribe, perto da Venezuela, e ao Oceano Pacífico, próximo da Colômbia, para uma operação que por ora foi vítima de 22 ataques a 23 embarcações que alegaram terem ligações com o narcotráfico. Ao menos 87 pessoas foram mortas nestas ações.
O regime chavista considera que essa operação tem o objetivo de tirar Maduro do poder. Nas últimas semanas, Trump afirmou que essa ação será ampliada e incluirá ataques por terra na Venezuela. Em entrevista ao site Politico na segunda-feira (8), o presidente americano disse que Maduro está com os dias “contados”.

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