O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaçou nesta segunda-feira (20) que seu governo poderá importar tarifas de até 155% sobre produtos chineses caso Pequim não aceite firmar um “acordo comercial justo” com Washington até o início de novembro. A declaração foi feita na Casa Branca, durante a assinatura de um acordo sobre minerais críticos com o primeiro-ministro da Austrália, Anthony Albanese.
“Eles [a China] pagando quantias enormes em suas tarifas […] e pode chegar a 155% em 1º de novembro, a menos que façamos um acordo”, afirmou Trump aos repórteres antes da reunião bilateral com Albanese.
O presidente destacou que as tarifas – atuais uma combinação de sobretaxas aplicadas desde 2018 sobre setores estratégicos como aço, painéis solares, veículos elétricos e semicondutores – somam em média cerca de 30% a 55%, dependendo do produto. Após o acordo de trégua tarifária firmado em maio, Washington havia planejado suspender a média em 30%, mas com a possibilidade de elevação se Pequim descumprisse compromissos comerciais.
Trump indicou agora que esse patamar poderá subir significativamente.
“Eles provavelmente não conseguem pagar tanto, e tudo bem por mim”, afirmou, ao se referir ao impacto das tarifas sobre a economia chinesa. Ele ressaltou que a redução só ocorrerá se a China “fizer coisas pelos Estados Unidos”.
“Podemos reduzir isso, mas eles também precisam fazer coisas por nós. Não é mais uma via de mão única. Não quero prejudicar a China, quero ajudá-los, mas eles precisam nos dar algo em troca”, disse o presidente.
Trump confirmou que deveria se reunir com o ditador chinês, Xi Jinping, em Seul, na Coreia do Sul, nas próximas semanas, e demonstrou otimismo: “Temos um bom relacionamento. Acho que vamos conseguir algo bom para os dois países.”
Trump disse que seu governo já conseguiu renegociar acordos comerciais com países que antes “tiravam vantagem dos Estados Unidos”.
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