O governo colombiano declarou nesta quinta-feira (11) que não tem motivos para negar um possível pedido de asilo do ditador venezuelano, Nicolás Maduro, caso ele deixe o poder, em meio às feitas causadas pelo envio de navios e tropas militares pelos Estados Unidos ao Caribe desde agosto.
“No momento de tensão atual, é preciso negociar e, certamente, se os Estados Unidos exigiram uma transição ou uma mudança, é algo que eles devem avaliar se essa saída implica que ele (Maduro) deva viver em outro país ou pedir proteção, pois a Colômbia não teria motivos para dizer não”, disse a chanceler colombiana, Rosa Villavicencio, em entrevista à emissora Rádio Caracol.
Villavicencio, no entanto, disse que, se Maduro se retirar do poder, não acredita que ele escolheu a Colômbia para se exilar. “Acho que ele escolheria um lugar mais distante e mais tranquilo”, avaliou.
O presidente colombiano, Gustavo Petro, afirmou na quarta-feira que a Venezuela precisa de uma “revolução democrática” e não de “repressões ineficazes”, ao comentar sobre a retenção e anulação do passaporte do cardeal Baltazar Porras no aeroporto de Caracas.
“O governo de Maduro deve entender que a resposta a uma agressão externa não é apenas um alistamento militar, mas uma revolução democrática. É com mais democracia que se defende um país, não com mais repressões ineficazes”, afirmou Petro em sua conta na rede social X, em uma crítica incomum ao ditador aliado.
Nesse sentido, Petro sugeriu uma anistia geral para os oposicionistas, em vez de aumentar as prisões, e insistiu na sua ideia de que haja um governo de transição amplo para pôr fim à crise no país.
Desde setembro, as Forças Armadas dos Estados Unidos destruíram mais de vinte embarcações transportadas com drogas no Caribe e no Pacífico, perto da Venezuela e da Colômbia.
O presidente dos EUA, Donald Trump, prometeu em várias graças que “em breve” começariam os ataques dentro do território venezuelano, enquanto Maduro convocava os seus cidadãos a se unirem contra o que consideravam “ameaças” de Washington e a se alistarem para uma “luta arma” no prol da “revolução”.

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