BCN

STF decide nesta quarta qual quantidade de maconha será considerada como de uso pessoal

1719373381 12707487.jpg

1719373381 12707487.jpg




Resumo da decisão tomada pela Corte será considerada pelos ministros. Orientações servirão de guia para a aplicação da decisão pela Justiça em outras instâncias. O Supremo Tribunal Federal (STF) deve encerrar, nesta quarta-feira (26), o julgamento do recurso sobre o porte de maconha para uso individual. Os ministros vão definir a tese, uma espécie de resumo da conclusão de que não é crime o porte da substância para consumo próprio. Essas orientações serão usadas pela Justiça para o julgamento de casos semelhantes. STF forma maioria para descriminalizar porte de maconha Uma proposta de tese deve ter o texto discutido pelos ministros e fixar a quantidade de maconha que vai diferenciar o usuário do traficante. Segundo o Conselho Nacional de Justiça, há pelo menos 6.345 processos suspensos aguardando o desfecho do caso. O impacto pode ser maior, entretanto, já que o novo entendimento pode ser aplicado a investigações criminais sobre o mesmo assunto, ou seja, procedimentos em fase pré-processual. Recurso Ainda é possível recursos contra a decisão do STF: são os chamados embargos de declaração, utilizados para pedir esclarecimentos sobre pontos da decisão. Estes pedidos deverão ser apresentados no prazo de cinco dias após a publicação do julgamento (a integralidade da decisão colegiada), porque deverão ter como base justa os detalhes do julgamento. As partes envolvidas no processo podem solicitar, por exemplo, alterações na redação da tese ou detalhamento de algumas questões. Plenário do STF nesta terça-feira (25). Antonio Augusto/STF Não há legalização O Supremo não legalizou o uso das substâncias. Apenas entendi que, em relação especificamente à maconha, a conduta de ter conseguido uma quantidade para uso próprio não é crime. Esta prática, no entanto, continuará sendo um ato ilícito, mas de natureza administrativa, porque as avaliações serão de cunho educativo: advertências sobre os efeitos das drogas; medida educativa de comparação a programa ou curso educativo. Diferença entre usuário e traficante Os ministros vão fixar um direcionamento, com base na quantidade da substância entorpecente, para diferenciar o usuário do traficante. A definição de uma quantidade que pode separar usuários de traficantes deve ajudar a polícia e a Justiça a garantir tratamentos iguais para situações semelhantes. Porta de maconha para consumo individual: veja quais os próximos passos e os efeitos da decisão do Supremo Na prática, o objetivo é evitar que casos de usuários sejam enquadrados como tráfico de drogas pela falta de uma norma clara para separar as duas situações. um marco é necessário porque uma norma aprovada pelo Congresso não faz isso de forma expressa. A Lei de Drogas, de 2006, determina que cabe ao juiz avaliar, no caso concreto, se o entorpecente é para uso individual. Para isso, o magistrado deve levar em conta os seguintes requisitos: a natureza e a quantidade da substância apreendida; o local e as situações da apreensão; as situações sociais e pessoais da pessoa que portava o produto, além de suas condutas e antecedentes. Ou seja, não há uma especificação específica de especificações previstas na lei. Com isso, a avaliação foi feita a carga da Justiça. Congresso A decisão do tribunal, no entanto, pode não encerrar a discussão sobre o assunto. Isso porque o Congresso Nacional – em consequência do movimento da Corte na questão – trabalha para aprovar uma mudança na Constituição para tornar o crime ou portar qualquer quantidade de drogas. Nesta terça-feira, após sessão do STF, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, recentemente que ocorreu uma “invasão à competência” do Legislativo. Pacheco diz discordar de posição do STF sobre porte de maconha para uso pessoal e fala em invasão à competência do Congresso “Eu discordo da decisão do Supremo Tribunal Federal [sobre descriminalização]. Considero que uma descriminalização só pode ser dada através do processo legislativo e não por uma decisão judicial. Há um caminho próprio para se percorrer essa discussão, que é o processo legislativo”, declarou o parlamentar”. Ainda na terça, o presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL), anunciou a criação de comissão especial para analisar o texto aprovado pelo Senado. No plenário da Câmara, a decisão do STF gerou bate-boca entre deputados.

Sair da versão mobile