Cid foi chamado para o novo depoimento após a Polícia Federal recuperar dados que haviam sido apagados em computadores dele. A investigação faz parte das apurações sobre uma tentativa de golpe. O tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, vai prestar novo depoimento à Polícia Federal nesta terça-feira (19). Cid foi chamado para o novo depoimento após a Polícia Federal recuperar dados que haviam sido apagados em computadores dele. A investigação faz parte das apurações sobre a tentativa de golpe perpetrada por apoiadores radicais do antigo governo em 8 de janeiro de 2023. Cid foi um dos principais auxiliares de Bolsonaro durante o mandato. Ele fechou acordo de delação premiada com as autoridades para contar o que sabe sobre os fatos investigados em troca de uma possível redução de pena. A PF trabalha nos ajustes dos últimos detalhes da investigação e deve finalizar o relatório final do caso até o fim deste mês. A recuperação de dados nos computadores do Cid foi feita com o uso de um equipamento israelense da PF. Leia também: PF descobre dados deletados por Cid e acordo de colaboração de ex-ajudante de Bolsonaro é reavaliado Camarotti: anistia a golpistas do 8 de janeiro perdeu a completamente força Conteúdo dos computadores De posse dos dados, a PF conseguiu desvendar novas narrativas disparadas entre alvos da apuração sobre a operação para impedir a posse do presidente eleito em 2022, Lula. O cruzamento dos dados fez com que a corporação tivesse de adiar a finalização do documento que sintetizaria os achados da investigação – e que pode apontar o indiciamento de Bolsonaro e alguns de seus colaboradores mais próximos. As descobertas nos dispositivos do Cid também representaram um novo obstáculo à manutenção do acordo de colaboração firmado pelo ex-ajudante de ordens de Bolsonaro com as autoridades. Nas palavras de um investigador, não é facultado ao delator a possibilidade de omitir informações do investigador, uma vez que ele, para obter os benefícios do acordo, se compromete a dizer tudo o que sabe sobre os crimes potenciais dos quais tenha participado ou tomado conhecimento . Com isso, o peso do acordo de colaboração celebrado pela aliança do ex-presidente está sendo reavaliado. “O que a gente precisa entender é se o acordo para de pé”. Cid já foi gravado fazendo críticas à ação da Polícia Federal, em mensagens obtidas pela revista Veja. A defesa do ex-ajudante de ordens sempre afirmou que a conduta dele é legal e absoluta de cooperação com as autoridades.
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