O fluxo indesejável das adversidades frequentemente nos conduz a percepções que vão além do que estamos habituados. Nos limitamos ao nosso cotidiano e ficamos alheios a tudo que ultrapassa o círculo pessoal e familiar. O espaço que nos separa das desigualdades faz com que minimizemos tudo que não nos atinge.
Em uma equação existencial, percebemos que os dias felizes são mais frequentes, porém, comumente deixamos de considerar essa matemática da vida.
Quando somos surpreendidos por desastres inéditos ou situações que nunca havíamos enfrentado, abrimos novos horizontes de discernimento da fragilidade humana, compreendendo melhor as dores do outro. Estes novos fatores, embora dramáticos, ampliam nossa empatia e solidariedade.
Nesse instante, os que eram atingidos com frequência, antes sozinhos para saírem de seus próprios flagelos, são impulsionados pela urgência dos demais afetados, promovendo a superação dos obstáculos que o momento exige. São estímulos intrínsecos, uma consciência cósmica que provoca a colaboração conjunta. Esta potência compulsória nos incita a ultrapassar a indiferença afetiva e a inércia associada a uma visão reducionista da vida.
É nessa corrente humana que a Divina Providência se revela, fazendo com que todos se unam em auxílio mútuo, catalisando uma extraordinária metamorfose social e renovação interior. Em outras palavras, a visualização comunitária do drama foi ampliada e alcançou os mais necessitados, aqueles que sempre sofreram as tragédias, mas não eram plenamente reconhecidos pelas autoridades competentes.
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