Cúpula do MDB se reuniu um dia após Doria desistir da pré-candidatura pelo PSDB; Cidadania também se reúne nesta terça. Siglas tentam furar polarização entre chapas de Lula e Bolsonaro. A senadora Simone Tebet, pré-candidata do MDB à Presidência
Waldemir Barreto/Agência Senado
A Executiva Nacional do MDB reiterou nesta terça-feira (24) a indicação da senadora Simone Tebet (MS) como pré-candidata à Presidência da República. A ideia do partido é agregar os apoios do PSDB e do Cidadania na montagem de uma chapa única capitaneada por Tebet.
A decisão da cúpula emedebista ocorre um dia após o ex-governador de São Paulo João Doria anunciar que desistia de ser o pré-candidato do PSDB ao Palácio do Planalto. Apesar de ter vencido as prévias tucanas, Doria enfrentava resistências dentro do próprio partido e nas demais siglas que negociam uma candidatura única.
Participaram presencialmente da reunião em Brasília, entre outros membros do MDB, o deputado Baleia Rossi (SP), presidente da sigla; Confúcio Moura (RO), senador; Alceu Moreira (RS), deputado; Flaviano Melo (AC), deputado; Raul Henry (PE), deputado; Sergio Souza (PR), deputado; Celso Maldaner (SC), deputado; Enrico Misasi (SP), deputado; e Tadeu Filippelli (DF), ex-deputado federal. Outros emedebistas participaram de forma virtual.
“A reunião de hoje serviu para demonstrar que há uma esmagadora maioria do MDB que defende a candidatura própria da senadora Simone. Acredito eu que a gente nunca vai buscar a unanimidade, mas hoje pelo apoio da pré-candidautra, mais de 90% do MDB declarou apoio à pré-candidatura da Simone Tebet”, declarou Baleia Rossi.
Simone Tebet foi oficializada pré-candidata do MDB à Presidência em dezembro do ano passado. O nome dela dentro do partido, entretanto, não é consenso.
Líderes emedebistas da região Nordeste, por exemplo, defendem apoio do MDB ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), já no primeiro turno das eleições. É o caso do senador Renan Calheiros (MDB-AL) e do ex-senador Eunício Oliveira (MDB-CE).
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Em busca da candidatura única
MDB, PSDB e Cidadania negociam uma candidatura única à Presidência em uma tentativa de furar a polarização entre as chapas de Lula e do presidente Jair Bolsonaro (PL), que figuram nas primeiras posições nas pesquisas de intenção de voto.
Na última semana, presidentes dos três partidos receberam os resultados de uma pesquisa contratada para ver qual, entre os nomes da terceira via, teria maior viabilidade eleitoral. O resultado não foi divulgado oficialmente, mas fontes apontaram a senadora Simone Tebet como “vencedora”.
Na reunião, os partidos combinaram de reunir suas executivas para ratificar o nome da senadora como candidata unificada do grupo. A cúpula do Cidadania também se reúne nesta terça.
Impasse no PSDB
No PSDB, a situação é mais complicada. O partido adiou a reunião da executiva nacional, também prevista para esta terça, após verificar impasse entre os filiados. O encontro foi reagendado para a próxima semana.
Com a saída de João Doria da disputa, uma ala tucana, liderada pelo deputado Aécio Neves (PSDB-MG), passou a defender a apresentação de uma nova candidatura própria. O nome com maior força é o do ex-governador do Rio Grande do Sul Eduardo Leite, que foi derrotado por Doria na eleição interna do PSDB.
Bruno Araújo, presidente do PSDB, e o líder do partido no Senado, Izalci Lucas (DF), entre outros nomes da legenda, são contrários à apresentação de uma nova pré-candidatura própria e defendem o avanço das negociações com MDB e Cidadania.
Esse grupo dentro do PSDB avalia que João Doria fez um “gesto de grandeza” ao desistir da pré-candidatura, em favor da terceira via.
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