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Promessas dos políticos: a 6 meses do fim do mandato, Bolsonaro cumpriu 36% das promessas de campanha

Levantamento do g1 considera 58 promessas assumidas pelo presidente durante a campanha eleitoral de 2018. Os dados mostram, ainda, que 16% das promessas foram cumpridas parcialmente e 48% ainda não foram cumpridas. O presidente Jair Bolsonaro em imagem de 6 de julho no Palácio do Planalto
Adriano Machado/Reuters
Em três anos e meio de mandato, o governo do presidente Jair Bolsonaro (PL) cumpriu uma de cada três promessas feitas durante a campanha eleitoral de 2018.
Levantamento exclusivo feito pelo g1 mostra que 21 de 58 compromissos assumidos pelo então candidato, eleito para um mandato de quatro anos, foram integralmente cumpridos. Isso corresponde a 36% do total.
A relação completa das promessas e os seus andamentos está na página especial “As promessas dos políticos” (consulte aqui). Para selecionar as promessas em 2018, o g1 considerou o que pode ser claramente cobrado e medido.
Trata-se de um acompanhamento ao longo da gestão. A avaliação final será feita ao término do mandato.
Os dados mostram, ainda, que 16% das promessas foram cumpridas parcialmente durante três anos e meio de gestão – o que significa que ainda há pendências para que o trabalho seja considerado entregue.
Já as promessas que ainda não foram cumpridas pelo governo Bolsonaro são 48%.
Entre as promessas cumpridas, está a de “Instituir renda mínima”, compromisso que consta do plano de governo de Bolsonaro. A promessa foi cumprida por meio do Auxílio Brasil, programa que substituiu o Bolsa Família. Em maio de 2022, o Congresso tornou o benefício permanente, com um valor mínimo de R$ 400.
Já uma das promessas não cumpridas foi a de “Ter no máximo 15 ministérios”. Em 1º de janeiro de 2019, Bolsonaro deu posse a 22 ministros. Em junho de 2020, para atender a um pedido do Centrão, recriou o Ministério das Comunicações e nomeou o deputado Fábio Faria (PSD-RN), chegando a 23 pastas. Em 2021, com a sanção da lei que estabeleceu a autonomia do Banco Central, o presidente Roberto Campos Netto perdeu o status de ministro. Mas a recriação do Ministério do Trabalho, para acomodar Onyx Lorenzoni, fez o número voltar a 23 — oito a mais que o prometido.
O monitoramento das promessas dos políticos é feito pelo g1 periodicamente desde 2015. O levantamento é feito por mais de 50 jornalistas de todo o Brasil, que seguem uma metodologia própria para separar e avaliar tudo que pode ser claramente cobrado e medido ao longo do mandato.
Em números absolutos, o resultado da avaliação das promessas é:
Total de promessas: 58
Cumpridas: 21
Cumpridas em parte: 9
Não cumpridas ainda: 28
Divisão por temas
Em termos percentuais, as promessas envolvendo educação e cultura, relações exteriores e privatizações lideram o ranking de promessas não cumpridas. Por outro lado, entre os compromissos cumpridos, os envolvendo transparência, administração e infraestrutura têm os maiores percentuais.
Veja a divisão das promessas por tema:
Metodologia
O g1 acompanha durante os quatro anos de mandato os cumprimentos das promessas de campanha dos políticos.
Quais são os critérios para medir as promessas?
Não cumpriu ainda: quando o que foi prometido não foi realizado e não está valendo/em funcionamento
Em parte: quando a promessa foi cumprida parcialmente, com pendências
Cumpriu: quando a promessa foi totalmente cumprida, sem pendências
Ou seja, se a promessa é inaugurar uma obra, o status é “cumpriu” apenas se a obra já tiver sido inaugurada; caso contrário, é “não cumpriu”. Se a promessa é construir 10 hospitais e 5 já foram inaugurados, o status é “em parte”. Se a promessa é inaugurar 10 km de uma rodovia e 5 km já foram entregues à população, o status é “em parte”.
Observação: há casos em que não é possível avaliar o andamento da promessa, e o status é dado como “não avaliado”.

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