Uma das ideias em discussão é criar um espaçamento de 100 dias. Na segunda (23), o governo anunciou na substituição de José Mauro Ferreira Coelho por Caio Paes de Andrade. Bolsonaro (ao centro) ao lado do ministro da Economia, Paulo Guedes (à direita), durante evento em SP em 16 de maio.
Isac Nóbrega/PR
Além de trocar José Mauro Ferreira Coelho por Caio Paes de Andrade na presidência da Petrobras, Jair Bolsonaro (PL) quer também a substituição de diretores e do conselho de administração da empresa. O foco é um só: intervir no preço dos combustíveis para evitar prejuízos à campanha de reeleição.
Desde que Bento Albuquerque caiu do cargo de ministro das Minas e Energia, Paulo Guedes, ministro da Economia, recuperou poder na estatal e conseguiu emplacar não só o substituto de Bento – Adolfo Sachsida – como indicar o novo presidente da Petrobras.
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Segundo o blog apurou, a ala política defendia uma medida mais rápida para diminuir o impacto do reajuste dos combustíveis, como um subsídio – ao que Guedes era contra.
Quando Guedes ganhou a queda de braço e colocou Sachsida à frente das Minas e Energia, ganhou também o sinal verde para fazer mudanças em outros postos estratégicos da Petrobras – como diretorias e conselho – para conter novos reajustes.
Caio Paes de Andrade, novo presidente da Petrobras
Divulgação
Nesse sentido, uma das ideias em discussão no governo é conseguir alargar o espaço entre os reajustes dos preços nas refinarias – por exemplo, garantir um intervalo de 100 dias ou mais entre eles.
A avaliação é que, embora essa alteração não garanta preços mais baixos, pelo menos o governo conseguiria reduzir o número de vezes que o assunto voltaria ao centro do debate público daqui até a eleição.
Cem dias não é um intervalo trivial. De acordo com um levantamento do Observatório Social da Petrobras, desde 2009 nunca houve um espaçamento desse tamanho entre os reajustes da gasolina, por exemplo. O maior intervalo até aqui é o atual, 73 dias.
Essa ameaça de mudanças assusta o mercado. Não à toa, ações da Petrobras na bolsa de Nova York abriram esta terça-feira (24) em forte queda.
E não é certo que, mesmo que o governo queira, as alterações venham a ocorrer, pois dependeriam de passar pelo crivo da política de governança da estatal.
Entre assessores políticos de Bolsonaro, a solução para os preços nos combustíveis, agora, está nas mãos de Paulo Guedes: e esse grupo – integrado por políticos do Centrão – teme que as medidas propostas pela Economia não ocorram a tempo de blindar o presidente do desgaste eleitoral do tema.
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