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PGR pede ao STF arquivamento de investigação de Pacheco, Alcolumbre e Marcos do Val por suspeita de corrupção

Senador Marcos do Val (Podemos-ES) disse que pôde indicar R$ 50 milhões em emendas de relator como ‘gratidão’ por ter apoiado Pacheco para presidência do Senado. Para o MP, não há indícios de irregularidades. A Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu nesta segunda-feira (25) ao Supremo Tribunal Federal (STF) o arquivamento de um pedido para investigar o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e os senadores Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) e Marcos do Val (Podemos-ES) por crime de corrupção envolvendo emendas do chamado “orçamento secreto”.
O pedido de investigação foi apresentado pelo senador Alessandro Vieira, que também protocolou no Conselho de Ética do Senado, no início do mês, uma representação contra os três parlamentares por quebra de decoro parlamentar.
Segundo a notícia-crime apresentada por Vieira, o senador Marcos do Val, em entrevista ao jornal “O Estado de S. Paulo”, afirmou que ganhou o direito de indicar R$ 50 milhões em emendas como gratidão por ter apoiado a campanha de Rodrigo Pacheco à Presidência do Senado, em fevereiro de 2021, e que teria sido informado do benefício por Alcolumbre (veja mais abaixo).
As emendas a que Marcos do Val se referiu fazem parte do chamado “orçamento secreto”. Emendas desse gênero são liberadas para parlamentares pelo relator do Orçamento, com base em acertos informais dentro do Congresso. São consideradas por especialistas menos transparentes e mais difíceis de rastrear.
‘Orçamento secreto’: a modalidade de emenda que é alvo de questionamentos por falta de transparência; entenda
A Procuradoria não viu indícios de irregularidades sobre o uso destes recursos para a eleição de Pacheco à Presidência do Senado. Portanto, segundo ela, não há elementos que indiquem que houve corrupção ativa e passiva. O parecer é assinado pela vice-procuradora-geral, Lindôra Araújo.
“Diante da carência de elementos informativos quanto à materialidade dos delitos subjacentes à narrativa apresentada, não se vislumbra linha investigativa idônea apta a fundamentar uma persecução penal, de modo que o arquivamento desta petição é medida que se impõe”, afirmou a PGR.
“Os fatos relatados pelo peticionante não ensejam a instauração de inquérito sob supervisão do Supremo Tribunal Federal, uma vez que inexistem elementos informativos mínimos capazes de justificar uma persecução penal em desfavor dos representados”, prosseguiu.
A procuradora disse ainda que não houve “oferecimento, promessa, solicitação ou recebimento de qualquer vantagem indevida” por qualquer um dos representados.
“É mister asseverar que não houve oferecimento, promessa, solicitação ou recebimento de qualquer vantagem indevida, seja anterior ou posterior à prática de algum ato de ofício, por quaisquer dos representados, pelo que não há elemento mínimo necessário para a instauração de inquérito”, completou.
Senadores negam
‘Meu voto nunca foi vendido’, diz senador Marcos do Val após polêmica de R$50 milhões de ‘gratidão’ a Pacheco
Depois que a entrevista ao jornal “O Estado de S. Paulo” foi divulgada, Marcos do Val disse ter sido mal interpretado. Ele declarou que não houve negociação de emendas em troca de votos para Pacheco.
O senador disse ainda que, ao usar a palavra “gratidão” na entrevista, quis se referir à possibilidade de assumir a presidência da Comissão de Transparência do Senado, e não ao recebimento de emendas.
Em nota à época, o senador Davi Alcolumbre afirmou “que jamais houve negociação política nesse assunto” e que “não se trata de desvio de recursos em benefício próprio ou de qualquer irregularidade na destinação de investimentos ao estado do Espírito Santo”.
Alcolumbre disse ainda que “aqueles que tem como obrigação trabalhar pelo povo, devem se unir na busca por soluções para a retomada do crescimento do país”, mas, “ao invés disso, apequenam-se na busca por holofotes, aproveitando-se eleitoralmente e politicamente com o intuito de confundir a população”.
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), classificou o pedido de Alessandro Vieira como “oportunismo político”.
“Tanto a representação feita no Conselho de Ética como qualquer providência dessa natureza eu considero que é fruto de um oportunismo político próprio de período pré-eleitoral. Eu lamento isso”, declarou.
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