A pesquisa Datafolha divulgada nesta quinta-feira (26), com Lula aumentando a vantagem para Bolsonaro, mostra que o governo tem de reagir à inflação. Com isso, a concessão de um subsídio para os combustíveis voltou à pauta.
Segundo aliados, se o presidente não conseguir reduzir a inflação nos próximos meses, ele dificilmente será reeleito neste ano.
Entre interlocutores do presidente da República, a avaliação é que o principal fator para a manutenção da rejeição elevada de Bolsonaro (de 54%, segundo o Datafolha) é a economia, principalmente uma inflação que, no acumulado de doze meses, está acima de 12%, corroendo o poder de compra do eleitorado.
O levantamento do Datafolha mostra, por sinal, uma grande vantagem de Lula sobre Bolsonaro nas faixas de renda mais baixas, que são mais atingidas pela inflação.
Datafolha divulga pesquisa de intenção de voto para eleição presidencial
No segmento que ganha até dois salários mínimos, o apoio a Lula atinge 56%, enquanto Bolsonaro fica com apenas 20%.
Já entre os mais ricos, que se defendem melhor da inflação, Bolsonaro ganha: 42% a 31% entre quem ganha mais de dez salários mínimos.
Para reduzir a inflação, o foco está no preço dos combustíveis. Diante das dificuldades de segurar imediatamente o preço da gasolina e do diesel com uma intervenção na Petrobras, aliados de Bolsonaro voltaram a defender a concessão de um subsídio pelo menos para alguns setores da economia, como caminhoneiros, taxistas e motoristas de aplicativos.
O Ministério da Economia se colocou contra uma concessão de subsídio generalizada para a gasolina e o diesel, que teria um custo elevado e romperia o teto dos gastos públicos.
Já a concessão focalizada de um subsídio, para atender algumas categorias que apoiam o presidente Bolsonaro, passou a ser admitida pela equipe econômica para reduzir o desgaste presidencial.
Outro dado do Datafolha alertou o governo sobre a necessidade de reduzir a inflação: entre os eleitores que ganham o Auxílio Brasil, a maioria ainda opta por Lula e não Bolsonaro.
Ou seja, mesmo com o governo trocando o nome do programa e pagando mais que o antigo Bolsa Família, os beneficiários do programa preferem o petista.
Um dos motivos seria exatamente a inflação alta, que reduz o poder de compra dos R$ 400 pagos.
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