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Caso Genivaldo: PT pede a comissão da Câmara que ouça ministro da Justiça e chefe da PRF

Pedido foi apresentado à Comissão de Trabalho. No caso do ministro Anderson Torres, é convocação; no de Silvinei Vasques, convite. Genivaldo morreu por asfixia em viatura da PRF. A bancada do PT na Câmara dos Deputados apresentou um requerimento à Comissão de Trabalho no qual pediu a convocação do ministro da Justiça, Anderson Torres, e o convite ao diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques.
O PT quer que o ministro e o diretor da PRF deem explicações sobre a abordagem de policiais rodoviários federais que levou à morte de Genivaldo de Jesus, de 38 anos, em Umbaúba (SE), nesta semana.
Genivaldo foi abordado por policiais porque pilotava uma moto sem capacete e colocado no porta-malas de uma viatura. Os policiais, então, jogaram gás lacrimogêneo e spray de pimenta dentro do porta-malas. O laudo médico concluiu que Genivaldo morreu por asfixia.
Segundo um sobrinho de Genivaldo, o tio ficou nervoso após os policiais terem pegado os remédios dele. Genivaldo era aposentado por ter esquizofrenia.
O ministro da Justiça, Anderson Torres, já se manifestou sobre o assunto, e disse que determinou a abertura de investigação pela Polícia Federal e Polícia Rodoviária Federal. “Nosso objetivo é esclarecer o episódio com a brevidade que o caso requer”, disse.
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A bancada do PT argumenta que Genivaldo foi submetido “ao sadismo dos agentes públicos, que covardemente aspergiram gás lacrimogênio e de pimenta no cubículo da referida viatura, tendo falecido instantes depois”.
Cabe agora aos integrantes da Comissão de Trabalho da Câmara decidir se aprovam ou não o requerimento da bancada do PT.
Em Sergipe, familiares e amigos protestaram contra a morte de Genivaldo de Jesus
O caso
Genivaldo de Jesus morreu após a abordagem de três agentes da PRF. Durante a ocorrência, ele foi imobilizado por policiais e colocado no porta-malas de uma viatura. Os policiais admitiram que fizeram uso de spray de pimenta e de gás lacrimogêneo.
De acordo com Wallison de Jesus, sobrinho da vítima que viu o momento da abordagem, o tio foi abordado por agentes da PRF quando pilotava uma motocicleta.
“Eu estava próximo e vi tudo. Informei aos agentes que o meu tio tinha transtorno mental. Eles pediram para que ele levantasse as mãos e encontraram no bolso dele cartelas de medicamentos. Meu tio ficou nervoso e perguntou o que tinha feito. Eu pedi que ele se acalmasse e que me ouvisse”, contou.
Segundo nota da PRF, durante a condução de Genivaldo até a Delegacia de Polícia Civil de Umbaúba, ele passou mal e foi levado “de imediato” ao Hospital José Nailson Moura, onde foi constatada a morte.
O laudo do Instituto Médico Legal (IML) aponta que a morte de Genivaldo foi causada por asfixia mecânica e insuficiência respiratória aguda. Outros exames, ainda não concluídos, foram realizados para detalhar a razão da morte.
A família diz que ele chegou sem vida ao hospital, que afirma ter usado técnicas para reanimá-lo durante o socorro.
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Afastamento dos agentes
A Polícia Rodoviária Federal (PRF) informou, nesta quinta-feira (26), que afastou os policiais envolvidos em abordagem que terminou com a morte de Genivaldo de Jesus Santos, de 38 anos, no município de Umbaúba, no sul do estado de Sergipe, a cerca de 100 km de Aracaju.
Em nota, a PRF disse que “está comprometida com a apuração inequívoca das circunstâncias relativas à ocorrência no estado, colaborando com as autoridades responsáveis pela investigação”. A instituição disse ainda que “reforça o compromisso com a transparência e isenção”.

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