Profissionais seguem o programa da Cruz Vermelha Internacional para os serviços essenciais em áreas de conflito armado. O número de alertas vermelhos nas unidades de saúde da cidade aumentou de 272 em 2021 para 978 no ano passado. Tiroteios vieram às unidades de saúde do Rio triplicaram em 2024 e afetaram atendimentos Desde 2021, quando unidades de saúde do Rio de Janeiro passaram a adotar um protocolo de segurança da Cruz Vermelha, os tiroteios triplicaram nas regiões próximas. O impacto, segundo a secretaria de saúde, é gigantesco. “Foram 3493 notificações que geraram o impedimento da realização de 628 mil consultas com um prejuízo direto pro sistema de saúde de R$ 57 milhões”, afirmou o secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz. Notificações de alerta vermelho para tiros próximos a unidades de saúde aumentaram 3 vezes desde 2021 Reprodução/TV Globo O programa chamado “Acesso mais Seguro” busca atenuar as consequências da violência armada em espaços urbanos. Os profissionais de saúde que trabalham em áreas de conflito não passaram por treinamento para saber como agir em situações de risco. A coordenadora do programa acesso mais seguro, Karen Cerqueira, explicou mais sobre o treinamento: “Não existe risco zero, ou seja, isso não vai de alguma forma eliminar todos os riscos. Mas isso possibilita que profissionais que atuam nessas áreas conflagradas pela violência armada, eles poderão identificar possíveis situações de risco e adotar medidas preventivas”, afirmou. Os funcionários das unidades de saúde meditam entre si os alertas e atualizam a situação de acordo com o nível de gravidade. Entenda quais são as classificações de risco Alerta vermelho é de risco crítico para profissionais e pacientes e prevê fechamento imediato da unidade Reprodução/TV Globo Verde: O sinal verde indica risco baixo e funcionamento normal na unidade de saúde. Amarelo: O amarelo é sinal de risco médio: As atividades externas, como visitas domiciliares, são suspensas. O atendimento é feito apenas dentro da clínica. Laranja: Risco alto, leva ao fechamento temporário. Vermelho: Sem sinal vermelho, o risco é mais crítico: as unidades devem fechar imediatamente. Um levantamento do RJ1 revelou que o número de alertas vermelhos nas unidades de saúde da cidade aumentou de 272 para 978 no ano passado. os alertas amarelos saltaram de 799 em 2021 para 2.515 no ano passado. Tiroteios afetaram atendimento de pacientes Morro dos Macacos teve 80 tiroteios em 2024 O centro municipal de Saúde Maria Augusta Estrella, em Vila Isabel, Zona Norte do Rio, teve dois dias sem atendimento nesta semana. O motivo: uma disputa entre traficantes de facções rivais pelo controle do Morro dos Macacos. A Adriana estava na clínica com a neta e tomou um susto: “Segunda-feira eu estava aqui com ela, era a partir da tarde, era por volta de uma e começou o tiroteio, foi rápido, mas aí eu fui embora correndo com ela , com medo porque aqui já foi atingido o posto. Não só uma vez como várias. Viatura da Polícia Militar em um dos acessos ao Morro dos Macacos Reprodução/TV Globo Funcionários e pacientes estão apreensivos: “Isso acontece tanto a qualquer hora do dia, não tem hora pra acontecer, é um sentimento de medo”, afirmou Daniela Amorim, recepcionista. Homem morre baleado após tiroteio na Gardênia Azul, na Zona Oeste do Rio A situação é a mesma em Jacarepaguá, na Zona Oeste, onde traficantes e milicianos estão disputando o domínio das comunidades há quase um ano. As unidades de saúde em Rio Das Pedras e na Gardênia Azul tiveram o serviço afetado. Em dias de tiroteio, são obrigadas a suspender o atendimento. “Eu estou aqui há nove anos trabalhando nesse cenário. Na verdade, desde que cheguei aqui, um dos desafios muito grandes é essa violência”, disse o médico e diretor técnico de uma clínica da família, Joaquim Monard. A polícia militar disse que em casos de operações policiais em comunidades, as ações são feitas com base em informações de inteligência, e que a corporação tem a preocupação de preservação de vidas, “sendo necessária muitas vezes a intervenção em confrontos armados entre violências que ocorrem em áreas conflagradas.”
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