Casos de vandalismo dispararam em um ano. Em 2023, foram 789 ocorrências apenas nas quatro estações mais vandalizadas: além da Central, Santa Cruz, Japeri e Gramacho. Este ano, nas mesmas estações, até agora, já são 2.238 casos. Ocorrências de vandalismo nos trens triplicaram em 4 das principais estações Com o aumento dos casos de vandalismo nos trens do Rio – em quatro das principais estações as ocorrências quase triplicaram – a Supervia está investindo em novos materiais para janelas e assentos para tentar minimizar o problema. O número de casos de vandalismo nos trens da Supervia disparou no ano passado pra cá. A maioria foi na maior estação – na Central do Brasil. Em 2023, foram 789 ocorrências apenas nas quatro estações mais vandalizadas: além da Central, Santa Cruz, Japeri e Gramacho. Este ano, nas mesmas estações, até agora, já são 2.238 casos. Segundo a Supervia, o principal alvo dos criminosos tem sido as janelas das portas dos vagões. Cabos e assentos também são retirados. Só neste ano, mais de cinco mil portas foram danificadas (5.016 unidades). A quantidade já ultrapassou, e muito, a de todo o ano passado. Em 2023, foram 627. Um dos casos ocorridos na manhã desta sexta-feira. A janela de um vagão foi quebrada e sem qualquer proteção. Quando isso acontecer, um sistema de segurança trava a porta para evitar acidentes com os passageiros. Toda vez que uma porta está danificada, o trem vai pra oficina, passa por manutenção e só volta a circular depois de pelos menos três dias. Atualmente, a proteção das janelas é o policarbonato – um material parecido com plástico, não muito resistente. Para tentar gastar menos com a reposição dessas peças, a supervia começou a instalar um material mais resistente: o policarbonato duplo. Nos testes, o material resistiu à queda de um peso de dois metros e meio sem quebrar – uma força equivalente a 540 quilos. A previsão é que toda a frota esteja com os novos kits em um ano e meio. “Estourando, no máximo, um ano, um ano e meio, mas em um ano a gente espera já estar com 80% da frota já com esse material resistente pra impedir a ação dos vândalos. Está saindo cada porta a R$ 520. Então, a gente espera diminuir bastante o prejuízo que a Supervia está tendo com essa prática de vandalismo de porta consideravelmente”, diz Juliana Barreto, gerente de comunicação e sustentabilidade da Supervia. Outro motivo de prejuízo são os furtos. O material mais levado fica dentro dos trens: são os assentos. As câmeras internas dos trens registram a ação dos criminosos. Flagrantes Os vândalos agem na frente das câmeras de segurança, que registraram vários flagrantes nos últimos meses. Em um deles, um homem seguro e arrancou um cabo. Em outro lugar, o vândalo mexeu nos equipamentos dos trilhos. Pendurado em uma estrutura, um homem de boné mexeu em um cabo e um segundo chegou para ajudar. Em um outro flagrante, vândalos quebraram parte da porta, colocaram o corpo pra fora e começaram a se pendurar. Um deles chegou a escalar o vagão. Em um outro vídeo, um homem entrou na composição com um saco preto e enviou. Em seguida, arrancou dois encostos e coloca dentro do saco e repete o roubo por várias vezes, sem ser incomodado. Em mais um flagrante, um passageiro roubou vários encostos. Ele usou o pé para dobrar e colocar os objetos em um saco, demorou cinco minutos praticando os furtos, e foi embora. Desde janeiro desse ano, o revestimento dos assentos passou a ser trocado por acrílico para evitar os furtos. No ano passado, mais de 1.700 encostos (1.767) foram retirados por derrotas. Este ano, foram um pouco mais de mil (1.093). “Agora, nossa maior preocupação é com vandalismo. Vandalismo de banco, vandalismo de portas. A gente tem roubo de extintor de incêndio. “As pessoas sempre fazem campanhas de conscientização, obviamente, aliadas a outras ações, mas é muito importante que a população tenha consciência de que o trem é um patrimônio público. O trem não é da supervia, não é de outro ator. O trem é do povo. O trem é da população. Então, há depredação, o trem para funcionar. São 320 mil passageiros por dia, que precisam desse transporte”, diz Juliana Barreto.
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