A Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) referendou uma decisão liminar proferida pelo ministro André Mendonça que restabeleceu os direitos políticos de Luiz Fernando Pezão (MDB), ex-governador do Rio de Janeiro que teve o registro da candidatura à prefeitura de Piraí ( RJ) indeferido em setembro.
A liminar concedida por Mendonça suspendeu uma decisão do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ), que, em 2019, condenou Pezão à pena de multa e suspensão dos direitos políticos por 5 anos pelo crime de improbidade administrativa relacionado a irregularidades em repasses à Secretaria de Saúde entre 2014 e 2015.
Pezão governou o estado do Rio de Janeiro de 4 de abril de 2014 a 1º de janeiro de 2019. A decisão do STF foi tomada em sessão virtual encerrada na sexta-feira (25).
No dia 6 de outubro, o ex-governador conseguiu ser eleito prefeito de Piraí (RJ) com 10.714 (58,58%) dos votos válidos.
Julgamento no STF
Na petição apresentada ao STF, a defesa de Pezão alegou que a decisão do TJ-RJ contraria a liminar do ministro Gilmar Mendes na Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 6678, que permitiu a possibilidade de suspensão dos direitos políticos previstos na Lei de Improbidade Administrativa ( Lei 8.429/1992) em atos culposos (quando não há intenção de causar dano aos cofres públicos).
Ao relatar a ação, o ministro André Mendonça concedeu um liminar favorável ao Pezão no dia 3 de outubro.
Para Mendonça, a decisão do TJ-RJ contraria o entendimento do Supremo, mesmo que o boletim de Pezão tenha ocorrido antes da decisão proferida no âmbito da ADI 6678 (de 2021).
Segundo o ministro, é possível uma vez que as declarações de Pezão só se tornem definitivas em 2022.
O ministro também justificou a medida citando o fato de que Pezão era candidato à prefeitura do município de Piraí (RJ).
Ano passado, Pezão reverteu publicações da Lava Jato
Em abril de 2023, a Justiça Federal do Rio de Janeiro reformou a sentença do juiz federal Marcelo Bretas e absolveu Pezão das acusações de corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro e participação em organização criminosa resultante da versão fluminense da Operação Lava Jato.
Bretas, então juiz da 7ª Vara Criminal Federal do Rio, havia condenado Pezão a 99 anos de prisão, em 2021. Bretas foi retirado do cargo por decisão do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Pezão chegou a ficar preso de novembro de 2018 até dezembro de 2019.
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