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Janeiro Branco: impacto do cancelamento na saúde mental

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Foto: Divulgação

O Janeiro Branco, campanha de conscientização e alerta sobre saúde mental, torna-se cada vez mais relevante em meio à crescente preocupação sobre os efeitos da era digital, especialmente em situações de linchamento virtual. Recentemente, tragédias como os casos de Jessica Canedo e PC Siqueira ressaltaram o impacto devastador do cyberbullying e da exposição nas redes sociais no bem-estar psicológico das pessoas.

Segundo a psicóloga e professora do curso de Psicologia da UNINASSAU Rio de Janeiro, Jôse Sales, a exposição contínua às plataformas digitais influencia as interações interpessoais e a relação consigo próprio. “As mídias virtuais promovem ideais inatingíveis, como constante felicidade, corpo perfeito e alimentação ideal, impactando negativamente a estabilidade emocional. Esse cenário pode gerar ansiedade, afetar a imagem corporal e estimular sentimentos de exclusão, resultando inclusive em sofrimento psíquico, em especial entre os jovens”, afirma.

O cancelamento virtual cresceu em grande escala nos últimos anos, e ainda passa por estudos e análises psicológicas. Porém, os efeitos são inegáveis. “A extensão desse efeito negativo em um indivíduo vai variar de acordo com uma série de fatores, que envolvem desde a existência ou não de transtornos mentais prévios, condições sociais e econômicas, idade, marcadores como raça e gênero. Mas falando de um modo geral, um cancelamento pode levar uma pessoa a experimentar um intenso sofrimento psíquico, desenvolver ou agravar quadros já existentes previamente e ser, inclusive, um fator precipitante para tentativas de suicídio”, ressalta Jôse.

De um modo geral, existem algumas atitudes que podem ajudar a lidar com o trauma, mas também vão depender do contexto do cancelamento e de quem é a pessoa cancelada. Segundo a profissional na área de saúde mental, são elas:

Dessa forma, campanhas como o janeiro Branco também são uma estratégia interessante para dar maior visibilidade a temáticas importantes. Assim, podem contribuir para a diminuição de preconceitos e estigmas sobre a saúde psicológica. “Iniciativas como essa fazem as pessoas repensarem suas posturas nas redes sociais, por exemplo. Mas, é primordial um maior investimento em políticas públicas tanto de promoção de saúde mental, quanto de acesso a tratamentos adequados para aquelas que já estão adoecidas e/ou em sofrimento psíquico”, destaca.

Via: Letícia Porat

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