Rakel Chaves é mãe solo de dois autistas, o Lucas, de 22 anos e Davi, de 17.
Ela relata uma realidade vivida por muitos outros pais, mães e responsáveis por alguma pessoa com transtorno do espectro autista, uma dificuldade no tratamento.
Especialistas, tratamentos, terapias, a Rakel não consegue pelo Estado. O filho mais velho já passou da fase escolar, e todo esse cuidado é muito caro, impossível de custear com as duas bolsas que recebe do Benefício de Prestação Continuada, já que não sobra tempo para trabalhar.
A única esperança de Rakel e de outros pais como ela é contar com o apoio de instituições.
Aqui em Brasília, o CRIAF, Centro de Referência Inclusiva e Apoio às Famílias de Autista, e o Instituto Florescência estão buscando um espaço para atender a essas famílias. Quem explica é Flávia Queiroga, presidente do CRIAF.
De acordo com o instituto Baresi, de doenças raras, um estudo feito em 2012, mostra que no Brasil, cerca de 78% dos pais abandonaram como mães de crianças com deficiências e doenças raras, antes que os filhos completassem 5 anos de idade.
Apesar das adversidades que o transtorno controlado, cada caso é muito específico e existem diferentes níveis de grau de suporte que a pessoa autista exige.
A psicóloga especialista em autismo e desenvolvimento infantil, Michele Procópio, ressalta que quanto mais a pessoa com autismo recebe estímulos, mais ela se desenvolve. Mas a família também deve ser amparada desde o momento do diagnóstico.
É importante lembrar que a inclusão de pessoas com algum tipo de transtorno ou deficiência na sociedade não é um favor, mas sim um direito reservado pela Constituição.
Neste dia 2 de abril, é celebrado o dia mundial de conscientização sobre o autismo. O logotipo da neurodiversidade, que pode ser encontrado em vagas de estacionamento reservadas para autistas, por exemplo, é representado por um símbolo colorido com um quebra-cabeças e com todas as cores do arco-íris, e celebra a esperança e diversidade de expressão do transtorno do espectro autista.