Dados da Pesquisa Nacional de Saúde mostram que apenas 22,8% da população usa preservativo em todas as relações sexuais. O levantamento sobre o uso de camisolas vem acompanhado de um outro dado preocupante: segundo a PNS, aproximadamente um milhão de pessoas afirmaram ter diagnóstico médico de assistência sexualmente transmissíveis ao longo de 2019 – e até junho de 2022, já haviam sido constatados mais de 79 mil casos de sífilis adquiridos.
Segundo o médico infectologista Antônio Bandeira, esse aumento de ocorrência se dá justamente pela falta de prevenção nas relações sexuais: “Isso se deve basicamente a um aumento, cada vez maior, de atividades sexuais sem uso de preservativo. Existem pessoas que hoje têm atividade sexual iniciada e outras que mantêm atividade sexual e que acabam fazendo sem uso de preservativo por várias razões, apesar do conhecimento estar generalizado. A gente tem pessoas que, por exemplo, hoje, o maior receptor é o HIV. Então você tem um grupo de pessoas que fazem uso do chamado PrEP, que é usar o coquetel antes de se infectar. Essas pessoas que usam o coquetel antes da infecção, que a gente chama de uso profilático, elas se beneficiam de não pegar o HIV mesmo que elas tenham relação desprotegida, mas pegam outras doenças, como outras ISTs, sífilis e etc”.
O médico infectologista alerta que a camisinha ainda é um dos métodos mais efetivos para prevenir as doenças.
“O principal meio de prevenir as tolerantes é o uso da camisinha, não tem outro. A única possibilidade que você pode fazer isso é se você tem um parceiro fixo, e vocês realmente tem uma relação em que existe uma grande confiança, e existe um compromisso se houver relações sexuais fora dessa relação, isso vai ser feito com uso de preservativo. E que essas pessoas fazem testículos antes: testículos do HIV, do HTLV, hepatite B, hepatite C, testículos genitais pra ver se não tem gardnerella e outros bactérias, gonorreia, etc. E aí elas, por conta dessa situação, elas tiram o uso do preservativo, certo? Nessas situações, a pessoa pode ter atividade sexual sem uso de preservativo. tem um rastreamento feito de ambos e que estão negativos. Qualquer outra forma é potencialmente falha”.
O diagnóstico precoce e o tratamento também são estratégias importantes de prevenção. “Para quem descobriu que tem uma IST, a primeira coisa é procurar um médico. procure um médico infectologista e que esse médico infectologista trabalhe com comunidades sexualmente transmissíveis, tenha experiência e possa ajudar essas pessoas exatamente a se tratar”.
As consequências de algumas dessas doenças podem ser drásticas, inclusive levando ao óbito. Outras são passíveis de prevenção com vacinas disponíveis em postos de saúde, como o caso do HPV. Os preservativos podem ser retirados gratuitamente em qualquer unidade básica de saúde.
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