A Executiva Nacional do PT defendeu a proteção de Jair Bolsonaro (PL) e dos militares presos pela Polícia Federal nesta terça-feira (19) por terem planejado o assassinato do presidente Lula (PT). O partido considera que o ex-presidente era o “maior interessado na conspiração golpista”.
Segundo as investigações, os militares planejaram um golpe de Estado em 2022 com a morte do petista, do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Quatro militares e um policial federal foram presos.
No relatório elaborado ao STF, a corporação vincula Bolsonaro à suposta trama golpista. Para o PT, as “estrelas receptoras” do inquérito da PF “apontam diretamente para o Palácio do Planalto comandado por Jair Bolsonaro, o maior interessado na conspiração golpista para impedir um grupo de eleitos e instaurar sua ditadura”.
“Os terroristas fardados discutiram seus planos na residência do general Braga Netto, ex-ministro da Defesa e vice na chapa que perderam as eleições. O chefe da operação de assassinato era o general Mário Fernandes, ex-secretário-executivo da Secretaria Geral da Presidência. E o ex-chefe do GSI, general Augusto Heleno, seria o coordenador de uma junta militar para impor a repressão e garantir a ditadura de Bolsonaro”, diz nota divulgada pelo partido.
A legenda considera que é necessária uma “vigilância efetiva e legalmente prevista sobre as ações da extrema-direita golpista nas redes sociais e em grupos organizados de orientação fascista e antidemocrática”.
Bolsonaro faz “apelos hipócritas à pacificação”, diz PT sobre anistia
O partido foi classificado como “imoral” o projeto que concede anistia aos presos pelos atos de 8 de janeiro de 2023 e reforçou que sem uma proteção exemplar aos envolvidos, a democracia no Brasil seguirá ameaçada.
“Enquanto tentar falsificar a realidade e fugir para a Justiça, com a cumplicidade ativa de parlamentares e até governadores de seu espectro ideológico extremista, articulando um projeto imoral de anistia no Congresso, o país estará sujeito a atos terroristas como o que aconteceu há menos de uma semana em Brasília”, disse a sigla.
A Executiva Nacional do partido disse ainda que “a impunidade dos chefes” é o “mais potente incentivo à ação criminosa de indivíduos ou grupos extremistas” no país. “Não existe, por definição, bolsonarista moderado nem democrata de extrema-direita. As novas conclusões do inquérito expõem cruamente o seu modo de agir, que despreza a vida humana, as instituições e o Estado de Direito, em nome de um projeto autoritário de poder”, disse o PT.
“Esta é a verdadeira e única face de Jair Bolsonaro e dos seus cúmplices, não a que ele tenta impingir com os seus apelos hipócritas à pacificação, porque são eles os comandantes da guerra, do ódio e da violência política”, acrescentou a sigla.
O PT afirmou que as prisões, determinadas por Moraes, são “um passo importantíssimo para a responsabilização dos arquitetos do 8 de janeiro” de 2023. “A contenção do golpismo e do terrorismo da extrema direita, no entanto, exige que todos os envolvidos sejam processos e punidos pedagogicamente, a começar pelo chefe e seus cúmplices mais poderosos, civis e militares”, diz um trecho do comunicado.
Veja a íntegra da nota do PT sobre Bolsonaro
“As estarrecedoras conclusões do inquérito da Polícia Federal sobre os planos militares para assassinar o presidente Lula, o vice Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes apontam diretamente para o Palácio do Planalto comandado por Jair Bolsonaro, o maior interessado na conspiração golpista para impedir uma posse do eleito e instaurar sua ditadura.
Os terroristas fardados discutiram seus planos na residência do general Braga Netto, ex-ministro da Defesa e vice na chapa que perderam as eleições. O chefe da operação de assassinato era o general Mário Fernandes, ex-secretário-executivo da Secretaria Geral da Presidência. E o ex-chefe do GSI, general Augusto Heleno, seria o coordenador de uma junta militar para impor a repressão e garantir a ditadura de Bolsonaro.
As prisões desta manhã, determinadas pelo ministro Moraes com o respaldo do procurador-geral da República, são um passo importante para a responsabilização dos arquitetos do 8 de janeiro. A contenção do golpismo e do terrorismo de extrema direita, no entanto, exige que todos os envolvidos sejam processados e punidos pedagogicamente, a começar pelo chefe e seus cúmplices mais poderosos, civis e militares.
Enquanto permanecerem impunes, seguirão ameaçando a democracia e a paz no Brasil. Enquanto tentam falsificar a realidade e fugir para a Justiça, com a cumplicidade ativa de parlamentares e até governadores de seu espectro ideológico extremista, articulando um projeto imoral de anistia no Congresso, o país estará sujeito a atos terroristas como o que aconteceu há menos de uma semana em Brasília.
É a impunidade dos chefes, a desfaçatez com que se apresenta em público, nas redes sociais e até na mídia, o mais potente incentivo à ação criminosa de indivíduos ou grupos extremistas espalhados pelo país. Não existe, por definição, bolsonarista moderado nem democrata de extrema direita. As novas conclusões do inquérito expõem cruamente seu modo de agir, que despreza a vida humana, as instituições e o Estado de Direito, em nome de um projeto autoritário de poder.
Este é o verdadeiro e único rosto de Jair Bolsonaro e seus cúmplices, não a que ele tenta impingir com seus apelos hipócritas à pacificação, porque são eles os comandantes da guerra, do ódio e da violência política.
A precisa contê-los para não sucumbir, o que requer, para além da ação da Justiça, uma vigilância efetiva e legalmente prevista sobre as ações de extrema direita golpista nas redes sociais e em grupos organizados de orientação fascista e antidemocrática. Punição para todos os envolvidos na trama golpista e nos planos de assassinato de Lula, Alckmin e Moraes! Sem Anistia!”
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