A SOS Rio do Brás ea Prefeitura de Florianópolis Elaborou, na segunda-feira (9), alternativas futuras e ações já desenvolvidas para combater os problemas de balneabilidade do Norte da Ilha, em especial a situação dos rios e praias da região.
As discussões ocorreram durante o 112º encontro do Codeni (Conselho de Desenvolvimento do Norte da Ilha), que a SOS Rio do Brás passou a se integrar no encontro da última segunda.
Formado por mais de 90 entidades, o Codeni luta pelas demandas específicas do Norte da Ilha. A reunião, aberta ao público, foi realizada na Acadepol, em Canasvieiras.
O Codeni está em alerta por causa do crescimento de pontos impróprios nas prais do Norte e com a situação sanitária da região.
O engenheiro químico Paulo Gonçalves da Rosa foi convidado pelo Instituto SOS Rio do Brás para apresentar uma proposta que visa a despoluição do Rio do Brás.
“Sabemos que a natureza recupera rios poluídos, por meio de oxigênio obtido. O Tietê é um exemplo. A 100, 200 milhas para baixo de São Paulo tem gente que vive da pesca, porque o rio se recupera nas corredeiras e cachoeiras, absorvendo o oxigênio dissolvido”, explicou.
Gonçalves trabalha na empresa que desenvolveu o Bioinjet, segundo ele, um equipamento de baixo custo e alta eficiência, que transforma o oxigênio do ar, em oxigênio preservado.
“A ideia é oxigenar o rio e devolver a água na qualidade que tinha na origem, permitindo o retorno da vida aquática”. A proposta é utilizar o equipamento de maior potência no Brás. Na reunião, Gonçalves apresentou fotos e vídeos do aparelho em funcionamento.
“Nós tentamos e estamos há oito anos desenvolvendo. [É utilizado] nos tratamentos de efluentes industriais, desde dejetos suínos estações de tratamento de indústria”, enfatizou Gonçalves.
O equipamento e seu conjunto operacional, além da instalação, custaria cerca de R$ 60 mil e não exige manutenção.
A situação do Rio do Brás também foi alvo de exposições do secretário do Meio Ambiente de Florianópolis, Fábio Braga. Ele apresentou as ações que a prefeitura adotou, e como imagina para o futuro, em relação à balneabilidade do Norte da Ilha.
“O prefeito Topázio determinou algumas ações, como a vistoria dos imóveis da região, buscando ligações clandestinas, ou falta de ligação na rede”, destacou.
Segundo Braga, a fiscalização vai seguir e 54 imóveis, entre casas e edifícios, foram vistoriados. Nenhuma ligação clandestina na rede pluvial foi encontrada, mas 13% ainda não estavam conectados à rede e usavam fossa séptica.
“Hoje, pela legislação de Florianópolis, quando tem a rede coletora passando na rua, é obrigação do proprietário do imóvel se ligar à rede”, reiterou Braga.
O secretário também falou sobre a ação de limpeza dos canais artificiais de drenagem na região do Rio Papaquara.
“O prefeito determinou a contratação, por lote, da limpeza dos canais e retirada dos materiais do rio, com licenciamento ambiental. Atacando essas frentes, acredito num futuro melhor da balneabilidade da região”, disse Braga.
Em relação ao Rio do Brás, o secretário lembrou da ACP (Ação Civil Pública) do MPF (Ministério Público Federal) contra a Casan (Companhia Catarinense de Águas e Saneamento) e que a prefeitura vai apresentar soluções para o Brás e pedir autorização ao MPF para executá-las.
“Nossos técnicos estão criando alternativas, vamos apresentar para que o MPF autorize. Algumas ações podemos fazer agora para minimizar o problema do Brás”, enfatizou Braga.
A prefeitura vai solicitar, por exemplo, um estudo para encontrar as melhores soluções para o combustível do rio, se é a troca de água em conexão com a praia de Canasvieiras, ou se é melhor manter-lo fechado.
Na visão de Braga, a troca de água do mar e do rio, de forma controlada, é o ideal, além da diminuição dos canais que jogam efluentes no Brás.
Segundo ele, o Brás recebe efluentes dos bairros Cachoeira do Bom Jesus e Lagoinha. “Nossa ideia é direcionar para os rios Ratones e Papaquara, deixando o Brás com uma rede menor”, destacou o secretário.
Conforme o presidente do Codeni, Luiz Costa, é importante que as entidades cobrem soluções da prefeitura.
“Queremos trabalhar juntos, não sair criticando como antigamente. A ideia é trazer sugestões para participar com o Poder Executivo. precisamos achar uma solução urgente e vamos cobrar”, enfatizou Costa.
Além do Norte da Ilha, o conselho está em mais quatro regiões: Sul, Continente, Leste e Centro, desde 2012 e, atualmente, abrangendo mais de 300 entidades.
“Quando começaram, demonstraram que havia muitas entidades trabalhando o mesmo assunto, mas com atenção. A solução foi unir. Ganha mais força, representatividade e as soluções vêm mais rápido”, disse Costa.
Segundo ele, a entidade determinou o prazo de uma semana para que a prefeitura apresentasse soluções definitivas relacionadas à balneabilidade do Norte da Ilha.
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