A Polícia Federal cumpre 24 mandados de prisão e de busca e apreensão em dois estados e no Distrito Federal, nesta terça (26), contra um novo esquema suspeito de venda de sentenças judiciais e de vazamento de informações confidenciais — desta vez no Mato Grosso .
As primeiras informações apontam que dois desembargadores, Sebastião de Moraes Filho e João Ferreira Filho, e o juiz Ivan Lúcio Amarante, foram alvos de mandados de busca e apreensão. Eles já foram afastados das funções desde o mês de agosto por decisão do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). UM Gazeta do Povo interpõe o tribunal e aguarda retorno.
De acordo com as investigações que levaram à Operação Sisamnes, o esquema foi operado por advogados, lobistas, empresários, assessores, chefes de gabinete e magistrados. Um lobista é alvo de um mandado de prisão preventiva.
“Os investigados solicitaram valores para beneficiários partes em processos judiciais, por meio de decisões específicas aos seus interesses. Também são investigadas negociações relacionadas ao vazamento de informações confidenciais, incluindo detalhes de operações policiais”, diz a PF em nota.
Os mandados foram autorizados pelo ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF), e ainda prevêem a aplicação de medidas cautelares como instalação de monitoramento eletrônico, remoção das funções públicas de servidores e membros do Poder Judiciário, sequestro, prisão e indisponibilidade de bens e valores dos investigados.
Além do Distrito Federal, os mandatos são cumpridos também nos estados de Mato Grosso e Pernambuco.
Os envolvidos podem ser indiciados por crimes de organização criminosa, corrupção, exploração de prestígio e violação de sigilo funcional.
A operação desta terça (26) é um desdobramento da Operação Ratio, deflagrada no mês passado contra cinco desembargadores do Mato Grosso do Sul, mas que também teve mandatos cumpridos no Mato Grosso. Na época, a investigação revelou suspeitas de “crimes de corrupção em vendas de decisões judiciais, lavagem de dinheiro, organização criminosa, extorsão e falsificação de escrituras públicas no Poder Judiciário de Mato Grosso do Sul”.
Entre os alvos dos mandatos da Operação Ratio serviram, também, advogados, servidores e empresários suspeitos de se beneficiarem do esquema em Campo Grande, Brasília, São Paulo e Cuiabá.
“A ação teve o apoio da Receita Federal e é um desdobramento da Operação Mineração de Ouro, deflagrada em 2021, na qual foram apreendidos materiais com acusações da prática dos referidos crimes”, completou a PF em nota em referência à suposta participação de membros do TJ-MS sem esquema.
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