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PF confirma voz de Janones em áudio vazado de suposta “rachadinha”

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A Polícia Federal (PF) inveja ao Supremo Tribunal Federal (STF) o resultado de uma perícia em que confirma a voz do deputado federal André Janones (Avante-MG) na gravação usada por ex-assessores para acusar o parlamentar da prática conhecida como “ rachadinha”. O resultado da perícia foi encaminhado ao ministro Luiz Fux, relator do caso no Supremo.

“Os peritos concluem que o resultado obtido (evidência) é muito mais plausível na hipótese de o locutor do material padrão ser a fonte das falas questionadas do que na hipótese de essa fonte ser outro locutor da população de referência”, diz um trecho do laudo enviado ao STF, nesta terça-feira (25).

Os arquivos publicados pela PF tratam-se de gravações feitas por ex-assessores durante reunião em que Janones pede que os assessores devolvam parte dos relatórios para que ele conseguisse recuperar parte do seu patrimônio usado para cuidar da campanha na prefeitura de Ituiutaba (MG), em 2016, e para criar uma caixa que seria usada em campanhas posteriores.

Os peritos analisaram padrões fonéticos, traços linguísticos, gírias, dentre outras características, por meio de testes perceptivos e acústicos.

No material enviado ao ministro Luís Fux, a PF disse que está sendo finalizada as análises bancárias e fiscais do deputado.

“Após isso, os próximos passos da Polícia Federal serão realizados como oitivas e apresentarão o Relatório Final para apreciação do Supremo Tribunal Federal e da Procuradoria-Geral da República”, diz um trecho do documento enviado ao STF.

A Gazeta do Povo Entrei em contato com o deputado André Janones para saber seu posicionamento sobre a divulgação do laudo, mas não obtive resposta até o fechamento desta matéria. O jornal permanece aberto a quaisquer manifestações do parlamentar sobre o caso.

Recentemente, Janones foi beneficiado por um relatório feito pelo deputado Guilherme Boulos (PSOL-SP) e teve um processo por suspeita de “rachadinha” arquivado no Conselho de Ética da Câmara. Esta semana, a oposição decidiu apresentar um recurso para que o caso seja julgado em plenário.

Na Comissão, a defesa de Janones alegou que “as acusações de 'rachadinha' foram feitas com base em um áudio editado e descontextualizado, não de um parlamentar com seus assessores, mas de um grupo político, que visava se fortalecer para disputar eleições, não se tratava de retorno financeiro, mas de contribuições espontâneas, com a participação do parlamentar, sem quaisquer obrigações ou valores definidos”.

O parlamentar também tentou associar as denúncias à família Bolsonaro para alegar que está sendo vítima de uma suposta “perseguição política”.

O conteúdo da defesa do deputado foi divulgado no dia 24 de abril pelo jornal Metrópoles.

Procurado pela Gazeta do Povona época, o gabinete do deputado André Janones disse que “a matéria [do Metrópoles] tira de contexto um parágrafo [da defesa] onde houve a contextualização do áudio vazado e adulterado, onde no áudio fica claro que as contribuições foram espontâneas, nas próximas eleições, dos pretensos candidatos do grupo, que incluíam o próprio Cefas (denunciante), que em 2020 foi usando o nome 'Janones' ', como consta na defesa prévia e no TSE”.

Denúncias

No ano passado, Janones foi alvo de uma série de denúncias de ex-assessores divulgadas pelo Metrópoles.

Na última semana de novembro de 2023, o jornal divulgou um áudio em que o deputado cobra dos assessores a devolução de parte dos salários.

Na época, ao se defender, Janones disse que não se tratava da prática conhecida como “rachadinha”, mas de uma contribuição dos assessores para que ele conseguisse recuperar parte de seu patrimônio usado para custear sua campanha na prefeitura de Ituiutaba (MG), em 2016.

Um dia depois da primeira reportagem com a denúncia, o jornal divulgou um novo áudio em que Janones pede a avaliadores para transferir parte do salário para sua conta como forma de criar uma caixa para bancar campanhas eleitorais. A estimativa de Janones era de arrecadar R$ 200 mil.

Para Janones, as acusações são “notícias falsas”. O deputado também culpou a “extrema direita” pela disseminação da reportagem do Metrópolesjornal com viés de esquerda.

Após a repercussão negativa, o deputado tentou minimizar o escândalo dizendo que os áudios seriam gravados quando ele ainda não havia assumido o cargo de deputado e, portanto, estariam conversas com pessoas que, oficialmente, ainda não haviam sido nomeadas em seu gabinete.

No dia 4 de dezembro do ano passado, o Metrópoles publicou outro trecho do áudio que contradiz a versão apresentada pelo deputado. No prazo divulgado, Janones aparece tratando de questões relativas ao exercício do mandato na mesma reunião em que pede parte dos salários dos funcionários para cobrir despesas com campanhas.

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