Os senadores e deputados federais criticaram a “incapacidade do governo” do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em controlar as queimadas que se intensificaram pelo país no último mês e seguem em alta.
O Brasil já conta com quase 12 milhões de hectares consumidos pelo fogo em 2024, conforme dados do Monitor do Fogo Mapbiomas. Cerca de 70% dos incêndios ocorreram em áreas de vegetação nativa.
Em pronunciamento no plenário do Senado, nesta terça-feira (17), a senadora Rosana Martinelli (PL-MT) criticou o tempo de resposta do governo federal em relação às queimadas que estão atingindo o país. De acordo com ela, o cenário alarmante de que o Brasil está vivendo reflete o “descaso” e a “incapacidade” do governo em lidar com a emergência climática.
“No dia 6 de setembro, foi reconhecida a situação de emergência em 58 municípios de Mato Grosso devido a incêndios florestais, após meses de devastação incontrolável. Esse reconhecimento tardio é mais um sinal de falta de responsabilidade ambiental deste governo. Mato Grosso, de janeiro até agora, se tornou o estado do Brasil que mais sofreu com as queimadas”, disse a senadora.
Ela alertou que somente em agosto, foram contabilizados “mais de 13,6 mil focos, superando todo o acumulado de janeiro a julho”. “Mais de 1,6 milhão de hectares foram devastados no mês. Os números são alarmantes!”, reforçou.
Segundo Martinelli, nem todos os incêndios são criminosos e que não é possível culpar apenas o agronegócio e os empresários. Ela criticou o fato do governo Lula ter retirado R$ 700 milhões do orçamento do Ministério do Meio Ambiente, mesmo sabendo que o período de seca estava se aproximando.
“Só agora, quando o fogo chegou a Brasília, […] perto da moradia do presidente, é que se despertou para a importância de se tomar uma atitude, investindo recursos de R$ 500 milhões. […] O governo precisa ter vergonha na cara, parar de dar desculpas, de ficar acusando os outros, e não fazer a sua parte. O dever tem que começar de casa. Tem que se organizar para que ano que venha não aconteça”, disse o senadora.
Já o senador Paulo Paim (PT-RS) destacou que o governo Lula tentou traçar um plano de emergência de combate às queimadas. Ele citou a ação da Polícia Federal (PF) que abriu mais de 50 inquéritos para investigar ações criminosas e cobrou respostas “imediatas e energéticas” contra as queimadas no Brasil.
“Os animais estão morrendo queimados e agricultores sofrendo perdas gigantescas, os quilombolas, os indígenas. As necessidades serem imediatas e energéticas. A responsabilidade recai sobre a sociedade e os Poderes, ninguém pode se omitir numa hora essas”, responde o petista.
“Cadê as providências?”
A deputada Bia Kicis (PL-DF), líder da Minoria na Câmara, cobrou uma atitude do governo ao publicar um vídeo de um incêndio que atingiu uma área militar em Brasília. “Brasília está pegando fogo literalmente! Cadê as providências do governo do amor?”, questionou o parlamentar.
Bia Kicis também atribuiu a culpa do “terrorismo climático” apontada pela ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, como culpa dela.
A presidente da CCJ na Câmara, Caroline de Toni (PL-SC), também questionou a inércia do governo Lula no controle do fogo pelo país e criticou o fato de terem culpado tanto o ex-presidente Jair Bolsonaro.
“Queimadas e desmatamento batendo recordes…as consequências sentidas na saúde do povo. Vão continuar culpando Bolsonaro? Ou vão criar vergonha na cara e trabalhar? Enquanto o desgoverno parece inerte diante dessa crise ambiental, a cobrança de impostos e confisco de bens continua em ritmo acelerado”, escreveu a deputada na rede social.
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