A bancada da oposição no Senado apresentou nesta terça-feira (26) as atas das eleições da Venezuela, solicitadas por Maria Corina Machado, que atestam a derrota do ditador Nicolás Maduro nas eleições venezuelanas. O documento oficial foi entregue à senadora Tereza Cristina pelo emissário venezuelano Gustavo Silva.
Em coletiva de imprensa, um senador informou que recebeu uma ligação de Corina, que teve sua candidatura retirada na eleição da Venezuela, para receber um emissário com as atas originais das urnas.
“Estamos aqui com vários senadores e o senhor Gustavo para mostrar essas atas. A senhora Maria Corina corre risco de vida e tem que se esconder, está com a sua prisão decretada como traidora da pátria. Fiquei sensibilizada com a sua postura e coragem de defender a democracia e liberdade no seu país na Venezuela”, declarou Tereza.
De acordo com o venezuelano, as atas comprovaram a vitória de Edmundo González Urrutia, líder da oposição venezuelana. Um grupo de opositores reuniu 25 mil atas eleitorais, que conseguiram 85% do total e, juntas, segundo Gustavo, atestam a vitória do adversário de Maduro.
“Fizemos um trabalho sem precedentes para apurar as atas da Venezuela, somos com um documento oficial e original, com elementos de segurança. Tivemos acesso a 85% das urnas, que atestam que Gonzalez tem 67% dos votos e Nicolás Maduro só tem 30%”, disse Gustavo.
Além dos senadores, o venezuelano também informou que pretende apresentar as atas aos deputados federais e ao Itamaraty. Como a suposta posse de Maduro ocorrerá apenas em janeiro de 2025, os opositores promoveram uma campanha externa para obter alguma sinalização ou apoio para iniciar a facilidade do resultado das urnas. O governo dos Estados Unidos, por exemplo, já expressou o reconhecimento à vitória de González.
Transparência das urnas
Em coletiva, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) destacou a importância de entregar as atas ao presidente Lula para que o governo brasileiro assuma uma posição oficial sobre a Venezuela, tendo em vista que até o momento o Brasil não conquistou a vitória de Maduro .
Flávio também destacou a importância de garantir a verificação do resultado das urnas e interessa que aqui, no Brasil, o ex-presidente Jair Bolsonaro se tornou inelegível por questionar a segurança das urnas e defender mais “transparência no sistema eleitoral”.
“Nós que queremos o sistema eleitoral mais seguro, acabamos prejudicando represálias por alguns membros de um corte superior, dizendo que estamos trabalhando contra a democracia ou que queremos dar um golpe de Estado”, declarou o parlamentar.
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