Segundo promotor eleitoral, Waguinho utilizou máquina pública para favorecer a campanha de seu sobrinho, Matheus Carneiro, à prefeitura do município. No entanto, o candidato perdeu para o rival de Waguinho, Márcio Canella. O prefeito de Belford Roxo (RJ), Waguinho (Republicanos), em entrevista ao Estúdio i em 2023 Reprodução/GloboNews O Ministério Público Eleitora do Rio de Janeiro pediu nesta terça-feira (10) para tornar o atual prefeito de Belford Roxo, Wagner dos Santos Carneiro, o Waguinho, inelegível há oito anos. Segundo o Centro de Apoio Operacional das Promotorias Eleitorais (Cao Eleitoral), Waguinho utilizou uma máquina pública para promover a campanha de seu sobrinho, Matheus Carneiro, à prefeitura do município. Ele, no entanto, perdeu as eleições para Márcio Canella. Waguinho ainda pensou na reprovação das contas de 2022 pelos vereadores do município, o que também pode se tornar uma ação de inelegibilidade. Em setembro deste ano, o Supremo Tribunal Federal (STF) manteve o acordo de que chefes do Executivo que tenham suas contas rejeitadas pelo Poder Legislativo são proibidos de se candidatarem. Matheus do Waguinho pré-candidato a prefeito de Belford Roxo Reprodução redes sociais As principais acusações contra Waguinho mencionadas no documento são: Uso da máquina pública em benefício da campanha de Matheus Carneiro: Contratação excessiva de cargas temporárias e comissionados com específico eleitoral Exonerações em massa após a eleição Waguinho é acusado de coagir servidores públicos a comparecer a um evento com o Presidente Lula em fevereiro de 2024, utilizando a estrutura da prefeitura para promover a imagem de Matheus Carneiro. Segundo as denúncias apuradas, os servidores de uma escola e uma creche foram obrigados a usar bonés, camisas e faixas de apoio ao candidato de Waguinho. Foi inclusive decretado um ponto facultativo no dia da visita para forçar a ida de servidores para o evento. Nas redes sociais, Waguinho e seu sobrinho, que se apresentaram como Matheus do Waguinho, fizeram postagens convocando a população do município. Outra denúncia aponta que um imóvel chamado “Galpão do Matheus” foi usado para cadastrar pessoas em um programa governamental de auxílio financeiro após enchentes, vinculando a imagem de Matheus a ações assistenciais. Posteriormente, o local passou a ser usado para editar vídeos da prefeitura que promoviam o candidato. Contratações e exonerações em massa Waguinho também é acusado de aumentar significativamente o número de servidores contratados em ano eleitoral, com fraudes, para angariar apoio político para Matheus e seu grupo político. Após a derrota para o seu rival, Márcio Canella, o deputado suspeita que as exonerações em massa depois da eleição reforçam a possibilidade de uso eleitoral das contratações. Diante do exposto, o Ministério Público Eleitoral requer que seja a presente ação de investigação judicial eleitoral recebida, declarando-se, ao final, a inelegibilidade do representar pelos próximos oito anos”, diz o documento recebido pelo promotor eleitoral responsável. Procurado pelo g1, Waguinho não respondeu até a última atualização desta reportagem.
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