O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, rejeitou os pedidos de liberdade apresentados em favor dos generais da reserva Walter Braga Netto e Mário Fernandes.
Os dois foram presos por suspeitas de envolvimento em um suposto “plano de golpe”, que incluía o assassinato do presidente Lula (PT), do vice, Geraldo Alckmin (PSB), e do próprio Moraes.
Fernandes, ex-secretário-executivo da Secretaria-Geral da Presidência, está preso desde o dia 19 de novembro como parte da Operação Contragolpe, liderada pela Polícia Federal (PF).
Já Braga Netto, ex-ministro da Defesa no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), foi preso no dia 14 de dezembro no âmbito do mesmo inquérito.
A PF revelou que o geral teria tentado conseguir informações sobre a delação do tenente-coronel Mauro Cid e seria a peça-chave no planejamento do golpe. O ex-ministro foi preso preventivamente por suposta interferência da investigação.
PGR se manifesta pela manutenção das prisões
A Procuradoria-Geral da República (PGR) já havia se manifestado contra os pedidos de liberdade dos dois generais.
“Os investigados continuam a exercer seus postos no Exército e na Polícia Federal, salvo o general da reserva Mário Fernandes, que, entretanto, possui grande ascendência em relação aos ‘Kids Pretos’, demonstrando a necessidade da decretação de suas prisões, nos termos do artigo 312 do Código de Processo Penal, como garantia da ordem pública e para conveniência da instrução criminal de graves crimes de tentativa de golpe de Estado e atentado a Instituições Democráticas, inclusive com o desvio e utilização ilegal de armamento e veículos militares, caracterizando, em tese, o crime de peculato de uso”, diz um trecho da decisão de Moraes, nesta quinta-feira (26), que manteve a prisão de Fernandes.
A decisão sobre o pedido de liberdade de Braga Netto é de terça-feira (24) e está sob sigilo. O acordo de Moraes para manter a prisão do general foi confirmado pelo STF à Gazeta do Povo.