Segundo o MST, duas pessoas foram mortas a tiros e ao menos outras seis morreram, algumas em estado grave. Um deles não resistiu aos ferimentos e faleceu na tarde de sábado (11).
“[Os atiradores] quiseram subtrair um lote, eles [os assentados] foram defensores do lote. Isso aconteceu às cinco da tarde. Às oito da noite, chegou esse grupo de vândalos e atirou, levando à morte já dois desses assentados”, disse Teixeira em entrevista durante o velório das vítimas.
Teixeira emendou e afirmou que “esse fato não constrangerá o programa de reforma agrária. Pelo contrário, ele vai avançar no sentido de assentar pessoas, garantir a produção de alimentos e garantir a segurança de todos os assentados”.
A pasta do Desenvolvimento Agrário é responsável pelos programas de reforma agrária no país.
Já em Macaé Evaristo afirmou que os “nossos movimentos estão sob linha de fogo e de tiro”. “O nosso povo não pode perecer por força dos algozes, que são aqueles poucos que acham que são donos de todas as riquezas do nosso país”, completou.
A pasta dela anunciou ainda no sábado (11) que oferecerá assistência e proteção aos líderes e demais moradores do assentamento. O ministério afirmou, por meio de uma nota, que “está buscando mais informações sobre os fatos ocorridos”.
O ministro do exercício da pasta, Manoel Carlos de Almeida Neto, citou a violação dos direitos humanos. Uma equipe da PF, com agentes, perito e papiloscopista foi deslocada para o local.
O Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) determinou, também no sábado (11), que a Polícia Federal (PF) instaure um inquérito para investigar o ataque.
Pelo menos uma pessoa já foi presa, um homem conhecido como “Nero do Piseiro”, suspeito de ter chefiado o ataque ao assentamento. Ele foi reconhecido por testemunhas que viram o grupo chegando ao local em carros e motos.
“O grave ataque contra o assentamento do MST e o assassinato de duas lideranças soma-se aos alertas anteriores para a urgência de fortalecimento das políticas de proteção aos defensores dos direitos humanos que integram as esferas federal e estadual, os sistemas de Justiça e de Segurança Pública e as redes de proteção, definindo as responsabilidades e o tipo de dinâmica e relacionamento para garantir a proteção das defensoras e dos defensores dos direitos humanos”, disse o ministério em nota.
A pasta comandada por Macaé Evaristo também informou que o MDHC “vai fortalecer suas ações para o fortalecimento das práticas coletivas de proteção das comunidades, associações, grupos, organizações, coletivos e movimentos da sociedade civil que fazem a proteção popular desses agentes”.
Deixe o Seu Comentário