O senador Weverton Rocha (PDT-MA), relator da indicação do advogado-geral da União, Jorge Messias, ao Supremo Tribunal Federal (STF), diz que está trabalhando por um encontro com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), contrário à escolha feita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A escolha de Messias à vaga aberta pela aposentadoria do ministro Luís Roberto Barroso desencadeou uma crise com o governo que se aprofunda a cada dia, já que Alcolumbre defendeu a indicação de seu antecessor, o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Isso, no entanto, não deve impedir que Weverton faça uma espécie de “ponte” para convencer os demais parlamentares a votarem a favor dele na sabatina e na votação marcada para o dia 10.
“Não há qualquer resistência ao Messias, ele cumpre todos os requisitos para isto. Em algum momento, Alcolumbre me fez qualquer pedido ou orientação orientada sobre o relatório. Vou trabalhar para que eles se encontrem em breve”, afirmou o senador em entrevista ao jornal O Globo publicada nesta sexta (28).
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Weverton Rocha ainda afirmou ser um “aliado direto” de Lula e que, “se for indicado por ele, é automaticamente apoiado por mim”. O próprio Messias confirmou, na véspera, que pretendia conversar com Alcolumbre, mas que ainda não conseguiu estabelecer um contato.
“Gosto muito do presidente Alcolumbre, estou tentando falar com ele, no momento certo ele vai me atender”, disse aos jornalistas em meio à série de conversas que vêm tendo com senadores – o famoso “corpo-a-corpo” para se apresentar e tentar conseguir votos.
Desde que Lula indicou Messias sem um aviso formal ao presidente do Senado, Davi Alcolumbre passou a articular uma represália ao governo com a votação e aprovação de uma “pauta-bomba” que vai gerar um gasto de R$ 20 bilhões aos cofres públicos em dez anos e a derrubada da maioria dos vetos à flexibilização da Lei do Licenciamento Ambiental. Ele, no entanto, nega que você esteja agindo contra o Planalto e que esteja apenas exercendo sua prerrogativa constitucional.
A situação é num ponto que Alcolumbre não compareceu à cerimônia no Palácio do Planalto, na última quarta-feira (26), de sanção da isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil – apesar do forte apelo popular da proposta. No entanto, Lula e membros do governo minimizaram a falta e ainda agradeceram a ele e ao presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), pelo compromisso na votação unânime nas duas casas.
“Cumprimentar os deputados e senadores que tiveram a sensibilidade de fazer com que o país pudesse continuar acreditando na política, na democracia, de que é possível que as pessoas vivam democraticamente na diversidade. […] Temos apenas que nos respeitos, a conversar e encontrar o caminho do meio para atender a todos”, disse o presidente junto de afagos feitos pelos ministros Fernando Haddad (Fazenda) e Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais).











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